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EX MACHINA – VOLUME 7 - EX CATHEDRA

1 dezembro 2012

EX MACHINA – VOLUME 7 - EX CATHEDRA

Editora: Panini Comics – Edição Especial

Autores: Brian K. Vaughan (roteiro), Tony Harris (arte), Jim Clark (arte-final), J.D. Mettler (cores) – Publicado originalmente em Ex Machina # 30 a # 35.

Preço: R$ 17,50

Número de páginas: 136

Data de lançamento: Abril de 2012

 

Sinopse

Ex Cathedra - Mitchell Hundred recebe um convite para visitar o Papa João Paulo II. Tudo parece correr bem, mas um grupo terrorista pretende obrigar o prefeito de Nova York a assassinar o Santo Padre.

Os melhores do mundo - A comissária Amy Angotti está se divorciando. Ela repassa sua trajetória pessoal e profissional e repensa sua relação com a Grande Máquina.

Sucessão - Uma aparição misteriosa leva o prefeito Hundred a investigar os cemitérios de escravos de Manhattan.

Positivo/Negativo

Ex Machina é uma série sobre Nova York, super-heróis, política, mistério e fantasia.

Mitchel Hundred era o único super-herói do mundo. Chamava-se Grande Máquina e atuava em Nova York, mas nunca foi visto com respeito ou admiração. Era considerado uma figura excêntrica, uma piada que, às vezes, causava algum prejuízo, mas era essencialmente inofensiva. Por isso, ninguém levou muito a sério quando ele se candidatou à prefeitura da cidade.

Entretanto, foi seu extraordinário poder de se comunicar e comandar máquinas que salvou a segunda torre do World Trade Center no atentado de 11 de setembro de 2001. Esse ato jogou a popularidade de Hundred na estratosfera e lhe deu a vitória nas eleições.

Portanto, o 11 de setembro e suas implicações na cultura norte-americana também são muito importantes para o entendimento de Ex Machina. A série, afinal, é quase um retrato de Nova York, suas múltiplas culturas e suas complexas redes de interação.

A cada arco, Mitchell Hundred e sua equipe depararam com diversas situações políticas: casamento gay, questões raciais versus liberdade de expressão, consumo de maconha e outras. São várias questões que mostram as esferas da cultura e da política, interagindo com as transformações da sociedade.

Some a isso uma quantidade enorme de eventos fabulosos e misteriosos.

Em Ex Cathedra, Hundred recebe um convite para visitar o Papa João Paulo II. Uma dupla de espiões russos planeja assassinar o pontífice usando o prefeito. Para isso, utiliza um sistema de “controle remoto”, uma máquina que pode incitar o cérebro à violência extrema. Por causa de seus poderes, Hundred é mais susceptível ainda aos efeitos do controle.

Sob a situação extraordinária de atentados mirabolantes via controle remoto, o autor Brian Vaughan debate a questão da religião. Hundred, um agnóstico, se questiona por que deveria aceitar o convite do Papa.

Ao longo da trama, flashbacks mostram antigos conflitos da Grande Máquina em questões que envolviam religião: sacrifícios de animais, pedofilia, suicídio.

Esses assuntos não estão vinculados ao catolicismo e são apresentados relacionados a outros contextos filosóficos e religiosos. Entretanto, fica a pergunta: o quanto a religião (ou a falta dela) pode influenciar a vida em sociedade? Quais os seus impactos?

A história fica ainda mais interessante ao descobrir o motivo do convite ao Vaticano: verificar se Hundred é ou não o anticristo.

Racionalidade, fé, política e ideologias correm por trás de uma trama de eventos rápidos e reveses interessantes.

A questão da espiritualidade aparece mais uma vez na história curta Sucessão. Hundred é visitado por um “fantasma”: a imagem de um escravo.

Novamente, abre-se a possibilidade de seus poderes estarem conectados a uma dimensão sobrenatural. Entretanto, o aspecto realmente interessante de Sucessão é a abordagem à história da escravidão negra na ilha de Manhattan.

A questão racial é abordada também nas conversas com o amigo e assessor Dave Willie.

Finalmente, em Os melhores do mundo, a comissária Amy Angotti divorcia-se de seu marido e repensa toda sua relação com o prefeito Hundred, mais especificamente com a Grande Máquina.

O título faz referência à série de quadrinhos em que Superman e Batman fazem dupla. De fato, a comissária cede um pouco em sua conduta rígida e abre possibilidade para uma parceria que pode permitir ao prefeito Hundred reassumir sua mochila voadora.

O resultado final deste volume de Ex Machina é muito bom. A arte de Tony Harris é extremamente competente e os textos de Vaughan são ótimos.

Embora o importantíssimo glossário esteja presente na edição, não há o tradicional texto de apresentação com a recapitulação das aventuras anteriores. E faz falta.

Também não estão presentes as capas das edições originais. Há uma nota avisando que isso se deu devido a questões de espaço. Nesse caso, fica a sugestão à Panini: trazer de volta os textos de apresentação e a recapitulação da história e também uma relação de personagens, semelhante à que é publicada nas coletâneas de Y – o último homem.

 

Classificação:

4,0

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