FÁBULAS - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
Título: FÁBULAS - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS (Devir
Livraria) - Edição especial
Autores: Bill Willingham (texto), Mark Buckingham (desenhos) e Steve Leialoha (arte-final).
Preço: R$ 38,50
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Maio de 2006
Sinopse: As Fábulas não-antropomórficas, isoladas em uma fazenda, começam a planejar uma revolução para retomar seu antigo reino e recuperar a liberdade.
Positivo/Negativo: Fábulas é uma das poucas séries bem-sucedidas do selo Vertigo, de Karen Berger, na sua fase pós-Sandman. Nos Estados Unidos, atinge na edição de junho seu número 50 - e ganha uma mini spin-off, Jack of Fables.
O sucesso, principalmente de seus encadernados, não é mero acaso. De fato, a idéia de situar protagonistas e coadjuvantes de contos de fada como exilados que convivem na realidade dos dias atuais não é totalmente original, mas a concepção do argumento é intrigante e foi bem armada - principalmente porque os personagens adotam uma postura contemporânea.
As Fábulas têm, por exemplo, uma corporação ou atuam em empregos convencionais e vestem roupas modernas, mas sem contradizer suas origens tradicionais.
Outra força de Fábulas é Buckingham, que tem se dado muito bem em HQs Vertigo que contam histórias densas com um clima leve e sutilmente divertido, como as séries da Morte, de Neil Gaiman.
O desenhista tem uma habilidade surpreendente de mesclar realidade com o mundo sobrenatural e mostrar que tudo faz parte do mesmo universo. E acaba sendo muito melhor para a série que o antecessor, Lan Medina.
Em A Revolução dos Bichos, todos esses elementos, já apresentados no primeiro álbum da série, estão lá. E, ao mesmo tempo, é mostrado outro lado obscuro do exílio: a fazenda, um ambiente encantado que é visto por parte de seus habitantes como uma prisão.
A impressão que fica, porém, é que nem tudo foi explicado ainda. Afinal, por que os humanos tentaram impedir os animais de reconquistar o que de fato lhes pertence?
Infelizmente, a Devir reduziu o tamanho em relação à edição anterior, que tinha formato americano, para 16,5 cm x 24 cm, supostamente econômico e alterando o padrão da coleção já no segundo volume. Mas a diferença de preço que deveria ser percebida passou batida: o primeiro álbum, de 2004, saía por R$ 39,00. O atual, com redução, sai por bastante similares R$ 38,50.
Apesar de inflação e de haver outras negociações à parte, é notável que o dólar, que é um bom parâmetro para o mercado editorial, pois dele dependem negociações de direitos e material para impressão, tenha caído de uma média de R$ 2,80 (em setembro de 2004 - e mais ainda, se considerarmos que os orçamentos foram realizados antes disso) para R$ 2,31 (em 14 de junho de 2006 - ou menos ainda, pelo mesmo motivo).
Trocando o economês por bugalhos: não dá pra entender por que o preço não caiu.
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