FANTASMA MAGAZINE # 103
Título: FANTASMA MAGAZINE # 103 (Rio Gráfica e Editora)
- Revista mensal
Autores: Lee Falk (roteiro), Bill Lignante (desenhos) e George
Wilson (capa).
Preço: Cr$ 150,00 (preço da época)
Número de páginas: 32
Data de lançamento: Janeiro de 1965
Sinopse: Na primeira história, A taça de Alexandre, o explorador
David Wells, depois de se perder na selva, é salvo pelos pigmeus Bandar
e levado a caverna da caveira, onde, ainda doente, testemunha um ritual
anual em que o Espírito-que-anda faz um brinde a seus antepassados com
a taça cravejada de diamantes que pertenceu um dia a Alexandre, o Grande.
O herói conta a David que a taça veio parar nas mãos da dinastia Walker
há muitas gerações, quando um dos Fantasmas a recebeu como agradecimento
por ter salvo um rei mouro após uma batalha.
Ao
ser levado para um hospital, durante um delírio David acaba falando sobre
a taça e esses rumores vão parar nos ouvidos de um outro explorador ambicioso,
que planeja uma expedição para roubá-la, o que consegue por pouco tempo,
pois o Fantasma vai em seu encalço.
Em A grande caçada, o jovem Jack Forrest se junta aos caçadores
veteranos Victor King e Frank Queen nos perigos de uma caçada ao leão.
E em O bebê chorão, um menino fracote acaba fugindo de casa e,
após ser salvo pelo Fantasma, aprende como ser forte e corajoso, como
nadar, lutar, subir em árvores etc. Ao voltar para casa, ele se vinga
do garoto mais velho que antes o atazanava.
Positivo/Negativo: Este número corresponde ao número 3 da revista
The Phantom, da editora americana Gold Key, publicada nos
Estados Unidos em fevereiro de 1963 e no Brasil em janeiro de 1965.
Nas histórias são usados argumentos que já haviam sido publicados nas
tiras diárias ou nas páginas dominicais de Lee Falk e Wilson McCoy, aqui
adaptados por Bill Lignante, um desenhista bem ruim, que copia Alex Raymond
a perder de vista (dá para reconhecer diversas poses de Flash Gordon no
Fantasma).
As tramas são todas bem divertidas, apesar de obviamente datadas e retratando
comportamentos de uma outra época, em que era legal caçar leões por esporte,
por exemplo, como no caso da história complemento dos caçadores King &
Queen (até mesmo isso parece, digamos, meio gay, hoje, mas na época
não era).
As revistas da Gold Key foram todas publicadas por aqui, pela RGE
(nome que a atual Editora Globo usou até os anos 80) e causavam
uma dúvida engraçada aos leitores: qual era, afinal, a cor do uniforme
do Fantasma?
Nem todo mundo se lembra hoje, mas quem tem mais de 40 anos sabe que o
Fantasma, no Brasil, quase sempre foi publicado com uniforme vermelho
e calção preto e amarelo. Foi assim desde os anos 30 (com raríssimas exceções),
em várias publicações, e desde o primeiro número da revista Fantasma
Magazine, de 1953.
Mas eis que surgem nas bancas essas revistas nos anos 60, com belas ilustrações
de capa e miolo colorido, nas quais o herói aparece de roxo (às vezes,
mais para o azul, na verdade) com calção azul e preto. Pra aumentar a
confusão, no mês anterior ele era vermelho e no seguinte voltava a esse
tom, pois as edições da Gold Key saíam apenas quatro vezes por
ano e aqui, naquela época, havia meses em que chegavam a sair dois números
do Fantasma, pois era o título campeão de vendas da editora.
A revista regular do Fantasma era em preto-e-branco, tendo de 32 a 64
páginas e ganhando os complementos de "extra", "especial de férias", conforme
o caso, e aqui de "edição especial colorida".
A Rio Gráfica usava aqui os fotolitos fornecidos pelo editor norte-americano,
raspando as terás dos balões e fazendo um procedimento conhecido como
strip no filme da cor preta, com o texto em português.
Essa era a razão principal de não se trocar a cor do Fantasma nas revistas
da Gold Key. E, claro, havia também as capas, que por serem pintadas,
com mestria pelo grande George Wilson, eram ainda mais difíceis de serem
convertidas para outro esquema de cores.
Óbvio, não era uma época em que os editores se preocupavam em explicar
essas coisas aos leitores, com exceção da Ebal. E, na verdade,
a maioria dos leitores dessas revistas eram ocasionais e jamais pensariam
em escrever para a editora por conta disso. No entanto, que a cor do uniforme
do Fantasma era razão para acaloradas discussões na hora do recreio nos
pátios de colégio, ah, isso eram.
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