FRACASSO DE PÚBLICO – DESENCONTRO DE TITÃS
Editora: Gal - Edição especial
Autores:
Alex Robinson (roteiro e arte) - Publicado originalmente em Office Box Poison.
Preço: R$ 36,00
Número de páginas: 188
Data de lançamento: Maio de 2010
Sinopse
Sherman continua tentando publicar seus contos, enquanto seu relacionamento com Dorothy balança. Ed recebe uma proposta tentadora. A batalha de Irving contra a Zoom Comics aumenta de proporção. E Jane e Stephen têm de lidar com situações estranhas.
Positivo/Negativo
Eis o segundo volume da excelente Fracasso de público. Se o primeiro volume já foi bom, aqui as coisas melhoram ainda mais.
Alex Robinson é um quadrinhista muito talentoso. Se sua arte não é vistosa e chamativa, sua habilidade narrativa faz dele um grande artista.
Há movimento, bons enquadramentos, diagramação funcional de página, uso competente dos balões e texto inteligente. E o roteiro segue uma estrutura muito interessante. Há personagem foco, mas não há personagem central.
Essa opção faz com que a obra de Robinson seja menos ensimesmada e introvertida do que os bons Retalhos e Umbigo sem fundo, por exemplo. O que não a torna necessariamente melhor ou pior que qualquer um deles, mas, sim, diferente.
As famílias americanas disfuncionais estão lá, mas ao redor da trama, como base e não como protagonistas. Ao dividir os questionamentos da obra por diferentes linhas narrativas com vários personagens, por mais contraditório que pareça, não há diluição, mas reforço da abordagem.
Outra grande diferença entre as obras citadas e Fracasso de Público é o uso do humor, criando uma variação de tom entre drama, comédia e lirismo, que serve para intensificar cada um desses momentos.
A passagem do Natal é uma das mais tocantes histórias sobre um tema tão usado. O que poderia ter sido uma narrativa batida, ganha frescor e força.
A diversidade de técnica narrativa dentro dessa estrutura criada pelo roteiro de Robinson é elogiável. Vale destacar o trabalho do autor com o barulho e o silêncio, apenas variando a ocupação da página e a relação imagem e texto.
Vale menção também para as páginas de perguntas respondidas pelos personagens, que dão ao leitor uma maior dimensão sobre eles, dão um refresco na narrativa, aumentam um pouco a expectativa para o que vem adiante e ainda são divertidas.
E diversão é a palavra-chave: Robinson prova que é possível ser denso, lírico e dramático sem perder a graça e o humor. O leitor se emociona e se diverte ao mesmo tempo.
O porém, além de algumas escorregadinhas de revisão, é que a história fica pelo meio e seu fim reserva-se para o terceiro (e último) volume, Adeus, que já foi anunciado pela Gal para este ano ainda. Os leitores aguardam ansiosos pela conclusão dessa magnífica série.
Classificação: