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FRANKENSTEIN - AGENTE DA S.O.M.B.R.A. # 1

1 dezembro 2012

FRANKENSTEIN - AGENTE DA S.O.M.B.R.A. # 1

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: A Guerra dos Monstros - Parte 1: Cidade Monstro, EUA (Frankenstein : Agent of S.H.A.D.E. # 1) - Jeff Lemire (roteiro), Alberto Ponticelli (arte) e José Villarrubia (cores);

A Guerra dos Monstros Parte 2: A dissecação de Nina Mazursky (Frankenstein: Agent of S.H.A.D.E. # 2) - Jeff Lemire (roteiro), Alberto Ponticelli (arte) e José Villarrubia (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Junho de 2012

 

Sinopse

Uma pequena cidade dos Estados Unidos é atacada de surpresa e totalmente devastada por monstros desconhecidos. Para lidar com a ameaça, a organização S.O.M.B.R.A. envia seu agente Frankenstein e o Comando das Criaturas. Mas o que encontram no local pode ser demais até para esses destemidos guerreiros.

Positivo/Negativo

Décadas antes de Alan Moore reunir os personagens da literatura vitoriana em sua série em quadrinhos A Liga Extraordinária, a DC Comics já mesclava o clássico monstro de Frankenstein com os super-heróis mais tradicionais de seu universo ficcional. O tempo passou, e a criatura foi ganhando contornos inesperados nos gibis da editora, culminando com uma minissérie integrante do projeto Sete Soldados da Vitória, de Grant Morrison, em 2005.

A abordagem renovada do escocês conquistou uma nova geração de leitores, e serviu como base de mais esta reinvenção, agora por Jeff Lemire e Alberto Ponticelli. A dupla conduz Frankenstein como operativo de uma agência governamental de ação meta-humana, incumbido de lidar com os casos mais grotescos e bizarros do mundo.

É uma interpretação válida e bastante diferenciada no contexto dos Novos 52 do Universo DC, numa evidente demonstração de que os quadrinhos tradicionais têm muito a oferecer quando saem do lugar-comum. Frankenstein - Agente da Sombra privilegia as ideias arrojadas e é uma opção perfeita para fugir da mesmice.

Mas é indisfarçável uma "inspiração" de Hellboy, de Mike Mignola, ao menos nos conceitos apresentados neste primeiro número.

Lemire é um dos roteiristas mais promissores da atual geração. Egresso da cena independente e com o título Sweet Toth, da linha Vertigo, no currículo, escreveu uma boa fase do Superboy antes do reboot (leia aqui um review do encadernado norte-americano) e foi escolhido para renovar duas séries previamente escritas por Grant Morrison: Homem-Animal, que passa a ser publicado no Brasil em Dark, e o próprio Frankenstein.

Os títulos se encaixam na preferência do autor por temas bizarros e histórias de terror. Apesar do nome, o protagonista guarda poucas semelhanças com o monstro do romance de Mary Shelley, e é mais uma personalidade heroica no quadriverso habitado por Superman e Batman.

Inclusive, Lemire faz uso de antigos conceitos da editora, como o Comando das Criaturas, e até posiciona Ray Palmer, que foi o diminuto super-herói Elektron, no contexto dessas novas histórias, mas montando um painel do lado menos badalado da DC. Frankenstein é muito mais uma revista de monstros horripilantes se enfrentando violentamente do que um gibi de super-heróis, e não poderia ser diferente.

A única ressalva, pelo menos nesta primeira edição nacional, é que Jeff Lemire capricha tanto nas ideias profanas, que se esquece um pouco de como tornar as personalidades atrativas. O clima e a atmosfera das histórias funcionam à perfeição, mas os heróis e vilões soam unidimensionais.

Claro que o título ainda está no começo e o roteirista poderá desenvolver melhor os personagens conforme a série avançar, e talento para tanto ele já provou ter.

A arte do pouco conhecido Alberto Ponticelli é dinâmica e "suja", combinando com o clima macabro do texto de Lemire.

Os ganchos para a próxima edição também funcionam, garantindo o interesse do leitor numa publicação que precisa se vender por méritos próprios. Apesar da boa recepção das histórias nos Estados Unidos, o roteirista Jeff Lemire cresceu mais que o título e foi "promovido" a roteirista da série Liga da Justiça Dark a partir de maio de 2012, deixando Frankenstein a cargo de Matt Kindt.

É a já tradicional dança das cadeiras da DC Comics, com artistas entrando e saindo das revistas a qualquer momento. Mas como Kindt também tem experiência nos títulos adultos da Vertigo e aparenta predileção para temas grotescos, o bom clima de horror deve persistir.

Completando a edição, há um texto sobre o clássico da literatura e sua transição para os quadrinhos, assinado por Alexandre Callari, que só valoriza o material. No Brasil, Frankenstein: Agente da S.O.M.B.R.A. se beneficiou com o reboot da DC Comics e da iniciativa da Panini de lançar revistas com vendas exclusivas para comic shops, pois é um título que dificilmente sairia em bancas e tem apelo a um público seleto.

Agora, é esperar que ele se saia bem e continue sendo publicado quando chegar a fase do novo roteirista Matt Kindt.

 

Classificação:

4,0

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