A Panini entrega ao leitor uma edição caprichada, com conteúdo de primeira.

Este álbum encaderna os seis primeiros números - de um total de 12 - da série de ficção científica criada pelo escritor britânico Warren Ellis. Cada história não se liga com as demais, a não ser pela razão de mostrar a organização conhecida como Frequência Global em ação.

A cada edição, um novo grupo de personagens, uma aventura diferente e um desenhista. E basta olhar os nomes desse time para ver a variedade das artes e estilos, com uma característica em comum: qualidade. O destaque fica para a quinta história do álbum, céu Grande, a cargo de Jon J Muth.

O roteiro de Ellis é muito bem cuidado, tanto que Frequência Global é um de seus melhores trabalhos. O humor corrosivo, a ironia e as especulações científicas e tecnológicas fazem parte desse universo e estão presentes em todas as tramas do álbum.

É interessante notar o avanço tecnológico que se deu entre a publicação da série - entre os anos de 2002 e de 2004 - e hoje. Algumas das inovações apresentadas já são velharias. Mas isso não tira o prazer da leitura, pois Ellis conduz suas tramas com mestria.

A tensão, o suspense, a ação e as informações extratextuais lembram, em alguns momentos, outro trabalho do roteirista para a Wildstorm: Planetary.

A Panini optou por uma edição com capa dura, papel couché, preço mais elevado e distribuição em livrarias. Alguns leitores reclamaram, mas exceção feita à ausência de indicação de qual artista desenhou cada história, o trabalho editorial foi bem realizado e o valor cobrado é condizente com o material que o leitor tem em mãos.

Que venha logo o segundo volume.