Título: FRESHMEN - OS CALOUROS # 1 (Panini
Comics) - Minissérie em três edições

Autores: Hugh Sterbakov (roteiro) e Leonard Kirk (desenhos), Andrey Pepoy (arte-final) e Tyson Wangler (cores).

Preço: R$ 5,50

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Fevereiro de 2007

Sinopse: Como acontece todos os anos, jovens de diversos pontos dos Estados Unidos chegam à Universidade D.W. Freese, para o início de mais um ano letivo.

A bela morena Annalee está entre eles e dividirá espaço no alojamento com um cara que conversa com as plantas, um nerd fã de quadrinhos que chama a si mesmo de "Norrin", um rapaz recém-saído de uma comunidade Amish, uma perua e seu namorado truculento que só transam e se espancam, uma estranha cheia de piercings, uma gordinha em busca do príncipe encantado, um gênio da ciência, um estrangeiro vindo de um programa de intercâmbio e um jovem com sérios problemas de aceitação com seu "instrumento" sexual.

Depois de levarem um trote muito sacana dos veteranos, eles voltam a seus quartos e... tcham! Um estranho fenômeno confere superpoderes a todos que estavam presentes no local. Só que eles não são tão glamorosos assim. Pra ajudar, surge um castor hiper-inteligente e falante que resolve liderá-los para descobrir o que aconteceu.

Positivo/Negativo: Faz tempo que sátiras ao universo de super-heróis deixaram de ser novidade. O problema é que, quase sempre, elas se limitam a cópias malfeitas da Liga da Justiça cômica de Keith Giffen, J. M. DeMatteis e Kevin Maguire. Aliás, eles mesmos estão contando praticamente as mesmas piadas há anos, como em sua versão de Os Defensores, que saiu por aqui em Marvel Apresenta # 26, da Panini. Não parece ser o caso de Freshmen - Os Calouros.

Na primeira edição, o roteirista Hugh Sterbakov, que criou os personagens em conjunto com Seth Green (roteirista do desenho Frango Robô, exibido no programa [adult swin], do Cartoon Network), constrói uma história divertida. Nada que arranque gargalhadas do leitor, mas proporciona bons momentos.

Em vez de criar tolos com poderes bacanas, Sterbakov distribui dons pra lá de idiotas aos personagens. Um ganha um pênis gigantesco, outro começa a ouvir os vegetais, um dá arrotos tóxicos quando está bêbado, a gordinha faz todos se apaixonarem por ela e por aí afora.

E quem os liderará em busca de respostas para o que lhes aconteceu é um castor - o animal é a mascote da Universidade. Só que ele fala e é simplesmente um gênio!

O mais legal é que justamente o nerd fã de super-heróis não estava no alojamento no momento em que seus colegas ganham os poderes. Para seu desespero, lógico. Mas ele não se entrega: no melhor estilo Batman, ele decide liderar a equipe, munido de uma roupa "especial".

Esta edição compila os dois primeiros números da minissérie (nos Estados Unidos saiu em seis partes) e um ponto interessante é a mudança de narrador. Na primeira parte, o cargo fica com Annalee Rogers; na segunda, com Kennet "Norrin" Weismeyer.

Como Sterbakov dará continuidade à trama, não se sabe, mas o autor cumpre sua função: desperta o interesse do leitor pela continuação.

Os desenhos de Leonard Kirk são competentes. Bons enquadramentos e diagramações bacanas. Só precisaria caprichar mais em diferenciar os rostos dos personagens. Além disso, ele tem uma narrativa ágil, que contribui com o tom de humor da história.

Destaque também para a capa de Rodolfo Migliari.

O trabalho editorial foi competente; o único senão é a prematura revelação (que possivelmente só acontecerá no segundo número) dos codinomes de Annalee, Elwood Johns e Norrin no texto da última página.

A iniciativa da Panini de trazer a linha Top Cow para o Brasil merece elogios, por apresentar materiais diferentes para os leitores. Resta saber se esses títulos conseguirão garantir seu espaço nas bancas na dura briga contra os supertipos da DC e Marvel, seus principais concorrentes - mesmo sendo publicados pela mesma editora.

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