Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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GAVIÃO NEGRO # 1

1 dezembro 2008


Autor: Timothy Truman (roteiro e desenhos).

Preço: Cr$ 100,00 (preço da época)

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Junho de 1990

Sinopse: Thanagar conseguiu alçar vôos muito mais altos do que qualquer gavião jamais sonhou. O estado prospera em glória enquanto seu povo reluz a riqueza de uma sociedade poderosa, seja por meio dos grandes avanços científicos ou pelo vasto poderio militar.

No entanto, tanta glória tem seu preço, e o de Thanagar é pago pelos povos escravos que sustentam esse sistema. É nesse cenário desigual que Katar Hol, um jovem alferes, surge para tentar fazer justiça por meio da força da lei.

Infelizmente, já em seu primeiro dia o jovem idealista descobre que a ligação entre o que ele julga ser o bem e mal é bem mais íntima do que poderia imaginar.

Positivo/Negativo: Um gavião assustadoramente grande faz um vôo rasante. Um pequeno lagarto é repentinamente pego pelas garras de seu raptor. O primeiro aterrissa em seu ninho e deposita a vítima para suas crias se alimentarem. Close nos olhos argutos do predador. Uma língua asquerosa invade a página e enlaça o pescoço da ave que, assustada, tenta alguma reação. Abre-se a cena e vê-se um tipo enorme e repugnante de lagarto sufocando o gavião. Vira-se a página, o cenário é exposto em toda sua extensão, uma cidade em ruínas com uma estatua que se destoa do todo, como que se dissesse "outrora fomos grandes". Bem-vindos a Thanagar.

Toda narração acima é exposta nas três primeiras páginas da obra de Timothy Truman e, não à toa, o simbolismo contido nessa pequena mostra da cadeia alimentar thanagariana irá conduzir toda a linha narrativa da epopéia de Katar Hol.

Katar é o gavião e também o lagarto, um nobre jovem que se alista nas forças armadas de seu país para tentar resgatar as glórias passadas de seu povo, mas que se vê preso em uma teia de burocracia e corrupção que o priva de poder fazer qualquer coisa boa pelo planeta.

Thanagar se vangloria de conquistas e mitos do passado, de grandes e engenhosas invenções e sua rica e inatingível sociedade nas alturas. Ignora que vive de povos escravizados, governantes incompetentes, militares viciados em droga e sangue.

E são essas tensões - velho/novo, alto/baixo, mito/verdade, passado/presente - que irão fazer com que, no final da primeira edição, o futuro Gavião Negro perceba que não há muita diferença entre a sociedade que protege daquela que ele luta contra.

Nas páginas finais, enquanto contempla o horror no olhar de criaturas que acabara de caçar com sua namorada, o herói parece despertar para esse mundo de contradições.

É só o começo.

Classificação:

4,0

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