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GIBI MENSAL # 142

1 dezembro 2008


Autores: Príncipe Namor, o Submarino - Bill Everett;

A Mascara Sorridente - Will Harr e Maurice Gutwirth;

A maioria das outras histórias não apresentam os créditos.

Preço: $1,50 (preço da época)

Número de páginas: 96 (em preto-e-branco com as centrais em cores)

Data de lançamento: Abril de 1940

Sinopse: Como de costume nas publicações da época, a revista mescla contos, curiosidades e HQs. São doze aventuras em quadrinhos típicas de então, com novos super-heróis e histórias de ficção científica, policiais e espionagem de guerra.

Destaque para a chamada de capa "Grande estréa (até o português era diferente) deste numero: o Príncipe Submarino". Trata-se da primeira história de um jovem príncipe de uma estranha raça de anfíbios, que vive na terra, no mar e no ar e visita pela primeira vez a América para mover uma guerra de espionagem contra o Homem-Branco. Herói ou vilão? Essa é a duvida que acompanha a trama.

Gil Concordia, o Ultra poderoso é uma típica e inocente história de ficção cientifica na qual o terrestre, numa política de ação preventiva, exige que um povo extraterrestre se desarme e desista de formar exércitos. O herói americano luta com punhos e armas com a intenção de levar a paz ao universo.

Na terceira história, o fotógrafo Jack Relâmpago vai ao Amazonas à procura de um amigo desaparecido e lá enfrenta nativos, retratados como pertencentes a uma tribo africana.

A Máscara Sorridente mostra as aventuras do jovem promotor público Denny Burton, que assume a identidade do "Espantalho dos Criminosos" e realiza uma investigação sobre um desastre ferroviário na América do Sul. O personagem (Laughing Mask, no original) em determinado momento mudou de nome e aparência sendo também conhecido por Máscara Vermelha (Purple Mask).

Asas sobre Nova York é uma história de espionagem explorando o fascínio dos leitores por aviões e a força aérea no período de guerras

Nas páginas centrais, uma história de página dupla colorida na qual o Reizinho "Castiga o anarquista".

Na sétima história, os "3 Camaradas" participam de uma aventura de espionagem e guerra.

Em Quilômetros da Morte, o personagem João "Cientetive" Gordon, brilhante cientista criminologista utiliza todos os seus conhecimentos para enfrentar um supercriminoso conhecido como Vingador.

E como não poderia faltar uma a figura da fêmea fatal, na história Espionagem, o fantasma da guerra envolve a Europa e a belíssima Madame Destino cruza todo o continente conseguindo segredos militares e vendendo-os a quem pagar melhor. Mas ela será desafiada pelo misterioso Senhor X.

Capitão Cook, O Robô Bozo, que mistura os gêneros ficção e espionagem, encerra a edição uma história policial com o personagem "O Gongo".

Positivo/Negativo: O nome Marvel se confunde com o de Stan Lee. A "Casa das Idéias" é uma das grandes criações do século XX, tanto em termos culturais quanto econômicos. Seus personagens extrapolaram o universo das HQs e são conhecidos nos quatro cantos do mundo, um fenômeno da indústria de entretenimento, que movimenta milhões de dólares.

Como tantas grandes empresas atuais, a editora cresceu ao longo dos anos e sua trajetória foi marcada por mudanças de propriedade, aquisições e fusões até que nasceu a Marvel como se conhece hoje.

Entretanto, a Timely e a Marvel são a mesma empresa com mudança de razão social, nome de fantasia e proprietários. Tanto que, quando a primeira foi comprada e o nome mudado para Marvel, algumas revistas da época mantiveram suas numerações originais.

A história da Marvel de hoje começa com Martin Goodman, o dono da Timely, contratando Stanley Martin Lieber, um dos primos de sua esposa. O jovem tinha duas grandes virtudes: sabia contar histórias e se associar a profissionais de talento.

Seu primeiro trabalho publicado foi uma página da revista do Capitão América, mas eram outros tempos e os quadrinhos não tinham o respeito de hoje. Assim, não querendo "macular" seu nome ao vinculá-lo àquela mídia, Stanley criou o pseudônimo "Stan Lee". Nascia assim um dos nome mais conhecidos das HQs ocidentais.

Namor (Príncipe Submarino) foi o primeiro super-herói da Marvel, criado por Bill Everett, em 1939 para a revista Marvel Comics, para a ainda Timely Publications.

Ou seja, em 2010 se completará 70 anos de super-heróis Marvel no Brasil e o Gibi Mensal # 142, de abril de 1940, foi o marco inicial desta jornada.

Desde então, muitos dos super-heróis da Marvel foram criados sob a tutela de outras editoras, com trajetórias complexas e muitas vezes não lineares.

Nessa salada cheia de curiosidades há de tudo um pouco. Personagens como o Príncipe Submarino, Namora, Tocha Humana, Centelha, Capitão América, Bucky, Miss América, e Ka-Zar são bons exemplos da complexa trajetória dos super-heróis Marvel, que usaram esses nomes em diferentes editoras.

Em alguns casos, a nova editora tentou unificar as aventuras criando uma seqüência de eventos "lógicos". Em outros, o personagem original foi simplesmente desconsiderado em favor da nova versão.

No Brasil, os super-heróis Marvel foram publicados pelas editoras Ebal, GEA, Bloch, Graúna, Paladino, GEP, Miname & Cunha, Roval, Gorrion, Trieste, RGE, Abril, Globo, Metal Pesado, Pandora Books, Mythos e Panini.

Além disso, as editoras O Cruzeiro, Globo e RGE publicaram muitos personagens da Timely que hoje pertencem à Marvel.

Um detalhe curioso é que a Timely foi formalmente fundada em outubro de 1939, enquanto Namor, o Príncipe Submarino, foi criado em abril de 1939, seis meses antes da própria editora. Estreando no Brasil exatamente um ano após sua estréia e seis meses depois de publicado na Marvel Comics # 1.

Hoje, personagens simples e maniqueístas estão fora de moda. A moda pede os "novos" anti-heróis que mesclam diversas facetas de personalidades. Pois já em 1939, na sua primeira edição, Namor apresentava essas características tão inovadoras e "contemporâneas".

Portanto, como já foi mostrado aqui mesmo no Universo HQ, a estréia da Marvel no Brasil se deu de fato com o Príncipe Namor e ocorreu 27 anos antes das revistas Superxis # 0 e Capitão Z # 0.

Agradecimentos aos colecionadores Jorge Barwinkel e César Rocha Leal pela valiosa colaboração na confecção desta resenha.

Classificação:

4,0

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