GRANDES ASTROS - BATMAN & ROBIN # 5
Autores: Frank Miller (texto), Jim Lee (desenhos), Scott Williams (arte-final) e Alex Sinclair (cores).
Preço: R$ 3,90
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Outubro de 2007
Sinopse: Superman, Mulher-Maravilha, Homem-Borracha e Lanterna Verde se reúnem em Metrópolis para decidir o que fazer com o insano Homem-Morcego.
Em Gotham, Batman pula feliz sobre os telhados, com dentes serrados, até encontrar uns bandidos para provocar dor.
Enquanto isso, na Mansão Wayne, Alfred treina boxe ao mesmo tempo em que o jovem Dick Grayson aprende a segurar um machado.
Positivo/Negativo: Grandes Astros - Batman & Robin não é uma HQ ruim. Ao menos segundo a hipótese vem da roteirista e comentarista Shaenon Garrity, que faz muito sentido: Frank Miller é um autor que sabe muito bem o que está fazendo. Ele usa a série para debochar das idiossincrasias que apodreceram o mercado de super-heróis.
Corajosamente, seu alvo principal são os próprios leitores e seus gostos questionáveis e conflitantes, cada vez mais explícitos graças às possibilidades da internet. É em um mercado que devora capas de Wolverine antes do café da manhã que o criador de Sin City parece buscar sua inspiração para fazer esta que, tecnicamente, é uma das piores HQs dos últimos anos.
Esta edição é, em especial, medonha. Está lotada de erros. O maior deles
diz respeito à continuidade. Na edição # 3,
Superman decidiu dar cabo em Batman por seqüestrar Dick Grayson. Na #
4, foi chantageado para buscar um médico em Paris, coisa que o Homem
de Aço fez como se fosse um cachorrinho treinado. Agora, volta a buscar
o controle, mas com a ajuda de outros heróis da Liga da Justiça.
A Liga, no caso, está mais para bando. Se reúne em um fétido depósito abandonado de Metrópolis, discute entre si de dentes cerrados e parece tão perturbada por hormônios sexuais quanto adolescentes em um internato.
A aparição do time fica só no papo. Os heróis não tomam nenhuma atitude. Mas é curioso ver um grupo que geralmente prima pela democracia e pelo bom senso agir como uma agremiação de ditadores de republiquetas. Mas, para Miller, tem quem goste.
Em Gotham, a ação é lotada de violência. Batman bate para valer nos vilões, a ponto de rasgar sua luva de couro e espirrar sangue. Depois, pede à mocinha que salvou que não chame a ambulância.
A violência extrema é um recurso que fica gratuito dentro da história, mas que serve para Miller mostrar com que tipo de HQs os leitores andam sonhando. Antes de tudo, elas são muito, mas muito ruins. Mal servem para forrar gaiola de passarinho.
À primeira vista, o resultado de Grandes Astros - Batman & Robin é medonho. Pela trama em si, a revista merece zero. Mas a história ruim é apenas a ponta do iceberg. Lá embaixo, há um mar gelado escondendo uma das mais severas críticas já feitas ao mercado de quadrinhos norte-americano e aos seus leitores.
Classificação: