Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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GRANDES ASTROS - SUPERMAN # 10

1 dezembro 2008


Autores: Grant Morrison (texto), Frank Quitely (desenhos), Jamie Grant (arte-final e cores).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Junho de 2008

Sinopse: Superman, ciente de que vai morrer em breve, decide escrever seu testamento. Arma a libertação do povo da cidade engarrafada de Kandor, despede-se de Lois Lane, desafia Lex Luthor a fazer o bem...

Além disso, cria um outro mundo - o nosso? - para estudar como os humanos se sairiam sem um Homem de Aço.

Positivo/Negativo: "Você é muito mais forte do que pensa que é", diz Superman a uma jovem gótica suicida chamada Regan. "Confie em mim", completa o herói, antes de abraçá-la à beira de um arranha-céu.

A página é comovente. Acabou se tornando um dos momentos-chave de Grandes Astros - Superman # 10, que traz uma das histórias mais aclamadas deste ano nos quadrinhos norte-americanos. Os louvores foram muitos e vieram até mesmo de críticos menos afeitos às HQs de super-heróis, como Douglas Wolk.

Com a chegada da edição brasileira, tudo o que se falou está valendo: a aventura é, ao mesmo tempo, uma aula de narrativa e de roteiro, uma história de partir o coração, uma homenagem aos criadores do herói e um testamento memorável do Homem de Aço.

A trama é mesmo múltipla - e permite várias leituras. Numa visão mais superficial, já é um desfecho brilhante para a trama da morte do Homem de Aço, que Grant Morrison vem construindo desde o primeiro número.

Mas é impossível ficar só nesse nível de leitura.

Há, por exemplo, citações ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche - e ao seu Übermensch (super-homem em alemão) e à superação do homem por ele mesmo. A aproximação dos dois super-homens é uma prática relativamente comum na teoria e na academia, mas, na prática, poucas vezes os roteiristas de HQ se atreveram a mesclar os dois conceitos. Morrison arrisca - e dá certo. Quando Superman diz a Regan que ela é mais forte do que pensa que é, fica difícil de discernir qual super-homem está falando.

A recriação da nossa Terra - sem o Superman! - em um laboratório fabuloso evoca o escritor argentino Jorge Luis Borges, famoso por armar tramas labirínticas, que puxam o tapete do leitor. Seguindo o fio da meada, Morrison põe-se no papel de criatura: ele é obra de Superman, e não o contrário.

Por curiosidade: quando se toma por exemplo a famosa saga do Homem-Animal do mesmo Morrison, nota-se que, desta vez, os papéis se inverteram.

A riqueza de significados de Grandes Astros - Superman # 10 é apenas um dos indícios do que se tem pela frente: uma verdadeira obra-prima. Neste conturbado aniversário de 70 anos da DC, cheio de confusões editoriais e histórias medíocres, a revista reforça por que os quadrinhos valem a pena. E recorda que há muito para se comemorar.

Classificação:

4,0

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