Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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GRANDES ASTROS - SUPERMAN # 11

1 dezembro 2008


Autores: Grant Morrison (texto), Frank Quitely (desenhos), Jamie Grant (arte-final e cores).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Setembro de 2008

Sinopse: Condenado à morte, Lex Luthor se safa graças a um golpe que aplica nos guardas que acompanham a sua execução. Com um coquetel engendrado pouco antes, o cientista ganha superpoderes que duram 24 horas - e acaba escapando, indo ao encontro de Superman.

Enquanto isso, o Homem de Aço se prepara para a morte.

Positivo/Negativo: Ao completar sete décadas, Superman vem recebendo homenagens ao longo de todo o ano. A efeméride serve para recordar a força da criação de Jerry Siegel e Joe Shuster, dois jovens judeus, descendentes de imigrantes, que criaram um personagem que deixou um rastro na cultura pop do século passado que vem se prolongando até esta primeira década do século 21.

Mesmo que os quadrinhos de super-heróis estejam fraquejando, o legado do Homem de Aço, precursor dos encapados, mostra agora seu vigor em filmes, desenhos animados, videogames e séries de TV.

Não há um motivo único para o sucesso de Superman. Há vários - o êxito é uma soma de aspectos que transformam o herói em um genuíno mito do nosso tempo (e com todo o peso, sim, que a palavra "mito" carrega).

Muitos desses fatores provavelmente ultrapassam a idéia inicial do homem vestido de colante que surgiu em Actions Comics # 1, de 1938. É improvável que Siegel e Shuster tenham premeditado a relação simbólica com figuras míticas como o Übermensch (do filósofo Friedrich Nietzsche) e com o judeu Moisés; que tenham elaborado os paradoxos do humano versus o super-humano e concebido como temas como a morte e a xenofobia interfeririam no percurso de sua criatura.

Essas leituras mais complexas, embora fundamentais para o vigor do personagem, só foram sendo assimiladas com o passar dos anos, das décadas - muitas vezes pela interpretação de eventuais leitores mais argutos do que de fato pelos quadrinhistas que deram continuidade ao legado.

Leituras críticas que analisam Superman há aos montes por aí. São livros e mais livros, teses e mais teses. Dificilmente o assunto está esgotado.

É aí que entram Grant Morrison e Frank Quitely e seu Grandes Astros - Superman, série excelente, que agora se aproxima do final.

A dupla escocesa criou uma história que leva em consideração toda a carga mitológica que Superman acumulou ao longo dos anos. Apesar disso, a série não se tornou hermética, cheia de metáforas. Pelo contrário: é uma aventura divertida, mesmo lidando com um tema extremo: a morte do super-herói, que neste número se aproxima do clímax.

Poderia ser dramático, mas não é. Logo de cara, estão os elementos ingênuos e singelos da Era de Prata como pano de fundo - magistralmente desenhados por Quitely. Eles funcionam muito bem para criar um clima mais leve do que trágico, deixando apenas um belo tom melancólico para a trama.

Mas os grandes temas estão lá: a relação amorosa xenófila de Lois e Superman, o desejo do cientista terráqueo (Luthor) de se tornar um Übermensch, o medo da morte, a necessidade de salvar a humanidade, o papel (digno de Noé) de salvar a zoologia do Planeta Bizarro, a substituição do homem pela máquina...

Numa edição dessas, é possível analisar não só a história em si, mas boa parte da crosta mitológica que grudou no Homem de Aço ao longo de anos e anos.

É justamente por causa desses diversos níveis de leitura que Grandes Astros - Superman é um estouro - e uma das melhores HQs de super-heróis desta década.

Classificação:

4,0

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