GRANDES ASTROS - SUPERMAN # 12
Autores: Grant Morrison (texto), Frank Quitely (desenhos), Jamie Grant (arte-final e cores).
Preço: R$ 3,90
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Dezembro de 2008
Sinopse: Sobrecarregado de energia solar por causa de uma armadilha de Lex Luthor, Superman está à beira da morte.
Ao mesmo tempo, Luthor usufrui 24 horas de superpoderes graças a uma poção.
Eis o combate definitivo entre o Homem de Aço e o gênio humano do mal, seu maior inimigo.
Positivo/Negativo: Há 70 anos, quando Superman foi criado, ele era apenas um sujeito de capa que fazia coisas incríveis, voltadas principalmente para meninos em busca de um pouco de fantasia e aventura. Foi assim por muito tempo.
Mas o tempo foi passando e, até mesmo à revelia dos criadores, a mitologia do Homem de Aço foi incorporando várias outras camadas de interpretação. O personagem e seu universo ganharam leituras políticas, psicanalíticas, filosóficas, religiosas e de praticamente todas as correntes que se pode imaginar.
E, desde então, sem querer, as histórias singelas do super-herói perderam a inocência para acumular um manancial de teorias e interpretações.
Grandes Astros - Superman, de Grant Morrison, Frank Quitely e Jamie Grant, é a história que fez o caminho contrário. A série pega essas múltiplas leituras do Homem de Aço e as usa para criar uma história simples e divertida, como aquelas que marcaram a Era de Prata dos super-heróis.
Na superfície, Grandes Astros - Superman é a aventura derradeira do kryptoniano, vivida já quando ele está à beira da morte.
Mas há muito mais nas entrelinhas - e nos entrequadrinhos - da história. Tem Nietzsche, Platão, religião, antiamericanismo, questões sobre divindade, humanidade, ética, moral, eternidade, consciência...
Doze edições depois, Grandes Astros - Superman chega ao fim com aquela que, na rica mitologia do Homem de Aço, é o combate definitivo: a derradeira luta contra Lex Luthor.
Mas, claro, mais do que um combate entre mocinho e bandido, a luta de Superman e Luthor representa o enfrentamento de força e inteligência. Também é (olha Nietzsche aí!) a luta de homem contra super-homem.
Na história desta inimizade, em tese, sempre se pode dizer que Luthor esteve em desvantagem - afinal, ele era apenas um humano enfrentando um sujeito de poderes inalcançáveis.
Em sua história, porém, Morrison equipara as coisas. Luthor ganha superpoderes. Fica tão poderoso quanto seu algoz - e vê o universo de uma forma holística, plena, em uma cena extremamente provocativa.
Mesmo assim, perde - derrotado não pela superforça nem pelos feitos maravilhosos do Homem de Aço, mas justamente pelo que Superman tem de mais humano. É daí que vem o grande diálogo que encerra a batalha:
"Eu vi como salvar o mundo!", diz Luthor, avançando contra Superman. "Eu poderia ter feito todos verem. Eu poderia ter salvado o mundo se não fosse por você!"
"Poderia ter salvado o mundo há anos se desse importância pra isso, Luthor", conclui Superman.
Morrison mostra que o discurso da desigualdade é uma farsa, e que a diferença entre Luthor e Superman é outra, de ambição. Enquanto o homem quer ser super-homem para dominar, o super-homem se revela homem, capaz de se sacrificar para salvar o Sol - e a Terra por tabela.
É um final e tanto para a série, que entra imediatamente para o rol das melhores histórias do Homem de Aço já criadas.
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