GRANDES CLÁSSICOS DC # 11 – BATMAN – O MESSIAS
Título: GRANDES CLÁSSICOS DC # 11 - BATMAN - O MESSIAS (Panini
Comics) - Revista sem periodicidade fixa
Autores: Jim Starlin (texto), Bernie Wrightson (arte) e Bill Wray (cores).
Preço: R$ 25,90
Número de páginas: 200
Data de lançamento: Setembro de 2007
Sinopse: Depois de um pesadelo, Batman acorda acorrentado e escorraçado nos esgotos de Gotham City. Não sabe ao certo quanto tempo está ali - mas acredita que ao menos uma semana já se passou.
O Homem-Morcego foi subjugado pelo Diácono Joseph Blackfire, líder de uma seita que vem arregimentando os mendigos e desesperados da cidade para assassinar criminosos.
E, por trás dos ideais de dar paz a uma população que convive com o crime em todos os cantos, articula-se um plano para ganhar a confiança do povo e, em seguida, tomar a cidade.
Positivo/Negativo: De todos os super-heróis, Batman é disparado o que tem o maior cânone de clássicos: O Cavaleiro das Trevas, Asilo Arkham, O Longo Dia das Bruxas, A Piada Mortal, Ano Um, a fase de Neil Adams e por aí vai. A lista de HQs supostamente obrigatórias do personagem é imensa. Mas não é raro que seus eleitores esqueçam de incluir O Messias.
Os motivos começam na primeira publicação da história, ainda nos anos 80, no vácuo deixado por O Cavaleiro das Trevas. Afinal, Jim Starlin tinha acabado de largar Dreadstar e lançado A Morte do Capitão Marvel. Bernie Wrightson era um artista reconhecido como um dos grandes nomes da indústria dos quadrinhos. A junção dos dois era um evento único e espetacular.
Na época, porém, o encontro dos mestres frustrou a muitos. Os leitores esperavam grandiosidade e acabaram se decepcionando ao deparar com uma série cujos maiores méritos não estão no espetáculo.
O Cavaleiro das Trevas, afinal de contas, é uma história grandiosa sobre super-heróis, mas O Messias trata do ser humano por trás da máscara. Não do Bruce Wayne playboy com terno e gravata, mas das motivações e dos limites do homem que se veste de morcego.
Frank Miller mostra que Batman pode dar uma sova em Superman. Starlin lembra que o Homem-Morcego cai com uma paulada bem dada, é suscetível a drogas, passa fome e perde o controle.
O fato é que, de propósito, O Messias instiga a comparação entre as duas obras ao praticamente recontar cenas de O Cavaleiro das Trevas. Starlin usa a mesma narrativa com telas de TV para dar o contexto político e social da história. Também faz um final apoteótico com aparatos tecnológicos diferentes daqueles que o leitor está acostumado a ver - o batmóvel de Wrightson é inesquecível.
A dupla criativa aparentemente percebeu que aproximar as duas obras é a melhor forma de destacar suas diferenças. Na comparação, Starlin, conhecido por suas sagas cósmicas, sai-se como um homem com a cabeça nas estrelas, mas com um coração demasiado humano, capaz de levar o Homem-Morcego a chafurdar nos limites de sua missão.
Batman se vê, em sonhos, segurando armas, matando seus inimigos - e ele evidentemente sente prazer no que faz, por mais que o despertar traga culpa e mais dúvidas sobre as regras que impôs para si mesmo. Mas os pesadelos logo se concretizam na vida real: acordado, o herói perde o controle de Gotham, se vê diante de um inimigo que o domina e chega a desistir de cumprir sua missão.
Passados quase 20 anos de sua primeira publicação no Brasil (saiu em forma de minissérie, pela Abril, com uma absurda inversão de páginas), a nova edição de O Messias confirma que a HQ é, de fato, um clássico. A história mantém seu vigor. Além disso, é, mais do que nunca, nossa contemporânea. Como Starlin conta em sua introdução, o Diácono Blackfire é só mais um líder religioso pregando uma volta às trevas. Os outros estão aí, ao nosso redor.
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