GRANDES HERÓIS MARVEL # 3 - OS SURPREENDENTES HOMEM-ARANHA & WOLVERINE
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: Jason Aaron (roteiro), Adam Kubert (arte), Mark Roslan (arte-final) e Justin Ponsor (cores) - Originalmente em Astonishing Spider-Man & Wolverine # 5 e # 6.
Preço: R$ 5,50
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Setembro de 2011
Sinopse
Após passaram por diversos contratempos perdidos em viagens temporais aleatórias, Homem-Aranha e Wolverine conseguem identificar e contra-atacar seus verdadeiros adversários: o alucinado Mojo e a dupla Czar e G.
Quando tudo parece se encaminhar para uma conclusão, uma reviravolta inesperada: Wolverine é dominado pela força Fênix e a existência de toda a vida na Terra está ameaçada. De novo.
Positivo/Negativo
O único propósito de Mojo ao infligir as agruras das viagens pelo tempo aos dois heróis era produzir o melhor "show" de todos os tempos. Um programa cheio de ação, mistério, ameaças globais, desafios extraordinários aos protagonistas e até um certo romance.
Com essa proposta, pode-se imaginar que o roteirista Jason Aaron tinha a intenção de brincar com todos os paradigmas das histórias de super-heróis.
De fato, ao longo das seis aventuras rolou de tudo: morte e ressurreição, vilões cósmicos, heróis incompatíveis que superam suas desavenças e tornam-se uma dupla perfeita e até uma historinha de amor.
A série Os surpreendentes Homem-Aranha & Wolverine apresenta tudo isso e, ao mesmo tempo, escancara o quão esses paradigmas estão gastos e vazios. Mesmo que toda essa parafernália narrativa consiga divertir (um pouco) o leitor, trata-se de uma obra completamente dispensável.
Dando algum crédito para o roteirista, talvez seja exatamente essa a sua intenção: demonstrar que toda a grandiosidade das apoteoses super-heroicas sempre se repetirão e não têm mais nada a oferecer.
Ou talvez o dinheiro oferecido pra escrever as histórias fosse bom e ele simplesmente fez o trabalho de maneira burocrática. Assim como o vilão Mojo, usou todos os elementos da cartilha básica de roteiro de heróis fantasiados, criando relações forçadas e superficiais.
Os únicos pontos positivos de verdade são os diálogos e a caracterização dos personagens, que conferem um mínimo verniz de veracidade a toda essa pasteurização. Os textos também deixam claríssimo que a história não se leva nem um pouco a sério.
Todas as soluções apresentadas para os conflitos são patéticas. Provavelmente isso é intencional.
O Homem-Aranha consegue anular a força Fênix que possuiu Wolverine simplesmente tagarelando sem parar sobre a nova namoradinha que conheceu e outras bobagens.
Quando parece que os heróis ficarão presos para sempre no passado, surge a Polícia do Tempo, ou algo do gênero, que simplesmente conserta tudo. Assim, magicamente, todos os problemas são resolvidos.
Com a correção da linha do tempo, no final a nova namoradinha não se lembra mais do Homem-Aranha, enquanto ele, por puro capricho dramático, lembra-se de todos os bons momentos vividos. Seu sofrimento faz parte do "show".
A arte de Adam Kubert segue pelo mesmo caminho: é mais do mesmo e só.
Enfim, na obra fica claro demais que tudo o que os heróis sofreram teve como único objetivo proporcionar diversão ao público. A explicitação disso acaba criando um contraste com a boa caracterização dos personagens. De certa forma, o leitor pode lamentar não só a perda da namoradinha, como também toda a futilidade da vida ficcional de Peter Parker.
A sensação que fica é a mesma que se tem ao trocar de canal aleatoriamente e encontrar um filme ou seriado que consegue entreter por alguns minutos, mas que, depois, é facilmente esquecido.
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