Groo é um daqueles personagens que fazem falta.

Ele é uma paródia do Conan viciado em queijo derretido e que faz tudo errado. Porém, é uma máquina de destruição, seja pelejando com suas espadas, seja tentando ajudar.

A edição traz uma série recente de Groo, com o habilidoso texto de Mark Evanier e os desenhos engraçadíssimos do seu criador, Sergio Aragonés. A trama parodia a crise econômica mundial que assolou o mundo real recentemente.

E como boa paródia, elementos importantes da crise estão lá: os trabalhadores orientais em regime de semiescravidão, os produtos de menor qualidade para ter preço mais baixo, as multinacionais fechando nos países-sede e abrindo em locais com mão de obra barata e por aí vai.

O espelho distorcido reflete a realidade de maneira engraçada, mas, sim, a reflete em alguma medida. O riso proposto pela dupla Evanier e Aragonés não chega ao leitor sem um pouco de culpa.

Leitores que tenham acompanhado mais de perto a crise perceberão que a crítica presente nesta edição é simplória, facilitando explicações, reduzindo causas e não alongando demais as consequências de eventos encadeados.

Contudo, é preciso lembrar que se trata de uma obra de humor, que busca levar o leitor ao riso, não de um tratado econômico ou sociológico. E nisso a edição é totalmente bem-sucedida.

Diz-se que é fácil rir dos outros. Neste álbum, a proposta é rir do mundo em que estamos, o que não deixa de ser um pouco de nós mesmos. E a gargalhada é garantida.