GUERRA CIVIL #1
Título: GUERRA CIVIL #1 (Panini
Comics) - Minissérie mensal em sete edições
Autores: Mark Millar (roteiro), Steve McNiven (desenhos) e Dexter Vines (arte-final).
Preço: R$ 4,90
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: O clima já está quente no Universo Marvel: ações recentes dos super-heróis, como 26 mortes causadas pelo Hulk, tornaram candente a discussão sobre a obrigatoriedade de registro dos mascarados.
É nesse cenário que os Novos Guerreiros provocam uma explosão que mata mais 600 pessoas, gerando a ira da população norte-americana, que passa a apoiar abertamente a proposta de lei.
Liderado pelo Homem de Ferro, um grupo de heróis é bastante favorável. Mas há outro, comandando pelo Capitão América, que não se mostra nada disposto a tirar as máscaras.
Positivo/Negativo: Verdade seja dita: Guerra Civil é a série mais empolgante que a Marvel lançou nos últimos anos. A tal ponto que é capaz de atrair a atenção até mesmo de quem não lê quadrinhos. E até de quem nunca leu uma HQ na vida.
É uma ótima notícia para o leitor de super-heróis, que anda acostumado com eventos que só têm grandiosidade no número de páginas - como a recém-finalizada Crise Infinita, da DC, mas também a lamentável série Dinastia M, da própria Marvel.
Mas há um lado ruim em uma série ser tão fascinante: ela acaba chamando a atenção da imprensa. Lá fora, Civil War já acabou. E muito de seu enredo foi entregue aos leitores brasileiros via jornais, revistas, sites de notícia e programas de TV.
Nem chega a ser spoiler comentar que o Homem-Aranha vai revelar sua identidade secreta ou que o Capitão América vai ser assassinado no final - são matérias que foram publicadas com destaque em jornais brasileiros.
Não é por acaso que a minissérie ultrapassou com louvor as barreiras do mercado de quadrinhos. Não é de hoje que Mark Millar é um fabricante de notícias fabuloso. Promove a si mesmo e a seus títulos como poucos quadrinhistas o fizeram.
Mas, ainda bem, vai além disso, e se revela um roteirista talentosíssimo. Um dos últimos integrantes da invasão britânica a desembarcar no mercado norte-americano, foi parceiro de Grant Morrison em séries como Aztek e destaque em The Authority (publicado no Brasil pela Pixel).
Mas foi na Marvel, especialmente em Os Supremos (cuja segunda temporada se encerra neste mês em Marvel Millennium) que deu vazão a seu lado mais pop, tornando-se, ao lado de Brian Michael Bendis, um dos principais roteiristas da "Casa das Idéias".
Millar constrói uma série envolvente não só pelas grandes idéias, mas também pelos detalhes. Mesmo com tantos pontos-chave revelados, a história se sustenta muito bem.
Os diálogos são cuidadosos, espirituosos e energéticos. A história tem consistência: é baseada no papel mitológico de cada personagem dentro da Marvel. Por isso, funciona. E tem tudo para se tornar canônica, ainda mais com a belíssima arte de McNiven, clássica e elegante, que só melhora com as cores de Morry Hollowell.
A Panini começou Guerra Civil com fôlego. É nítido, e bem-vindo, o esforço para aproveitar o hype e atrair novos leitores - e a estratégia vai muito além do adesivo distribuído na primeira edição, que tem preço promocional.
Semanas antes do lançamento da minissérie, a editora pôs nas bancas uma edição especial do tablóide Clarim Diário a simbólicos R$ 0,50. Nos próximos dias, vai reunir algumas histórias com fatos relevantes para a trama no especial Rumo à Guerra Civil. Também está no ar um belo site explicativo, com fichas dos principais personagens, cronologia de eventos anteriores, extras, checklist das edições já lançadas e acesso ao fórum da Panini, onde os leitores podem tirar suas dúvidas.
O material ficou bacana e deveria servir de modelo para próximos eventos da Panini. É uma forma mais evoluída e lúdica de inserir o leitor na trama sem encher as revistas de notas explicativas.
Para ser uma edição irretocável, só faltou um detalhe: publicar o link do site na revista. Afinal, novos leitores podem até ficar entusiasmados com a série, mas o ânimo não os transforma em adivinhos.
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