GUERRA CIVIL #3
Título: GUERRA CIVIL #3 (Panini
Comics) - Minissérie mensal em sete edições
Autores: Mark Millar (roteiro), Steve McNiven (desenhos e arte-final), Dexter Vines e Mark Morales (arte-final).
Preço: R$ 3,90
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Setembro de 2007
Sinopse: Os heróis pró-registro na Guerra Civil da Marvel buscam novos aliados, mas com alguma dificuldade.
Em Wakanda, o recém-casado Pantera Negra diz que não vai se intrometer.
Em Westchester, Emma Frost lembra a Tony Stark que idéias que envolvem cadastro são o oposto do que os X-Men acreditam.
E o primeiro grande confronto entre os dois lados começa.
Positivo/Negativo: O terceiro mês de Guerra Civil começa com uma série de negociações de Tony Stark para conseguir novos aliados à causa no governo dos Estados Unidos. No entanto, o alter ego do Homem de Ferro não é bem-sucedido - e não consegue o apoio do recém-casado Pantera Negra, do místico Dr. Estranho nem dos X-Men.
Em seguida, antes mesmo de chegar à metade da revista (de apenas 24 páginas), começa o primeiro grande confronto entre os heróis liderados por Stark e o grupo anti-registro.
A equipe do Capitão América cai numa armadilha e começa uma baita pancadaria. A luta é pra valer: tem espaço pra soco na cara, injeção paralisante, dedo no olho e toda sorte de baixaria. Mesmo que o Coisa diga ao jovem vingador Hulkling que não quer lutar, os atos - dos dois lados - parecem indicar o contrário.
É aí que a história começa a se tornar inverossímil, a ponto de incomodar. Afinal, quem está trocando porrada não são inimigos, mas velhos amigos, gente que lutou junto a vida toda e que, de repente, se sentiu motivada a dar uma sova nos velhos companheiros.
Tudo bem que um lado vê o outro como vilão - e é justamente isso que faz a série ser bacana. Mas algumas atitudes simplesmente não fazem parte da forma como esses mesmos heróis costumam agir. Afinal, os Vingadores nunca armaram uma grande armadilha para combater todos os seus vilões de uma só vez em um ambiente que lhes fosse favorável, mas Stark faz isso na hora de combater os heróis insurgentes.
Um das mudanças de atitudes mais tangíveis é a do Homem-Aranha, que está evidentemente deslocado ao lado de Stark. Trata-se de um personagem que o leitor está acostumado a ver como amigão da vizinhança. A reação que se espera de Peter Parker é apoiar não um lado ou outro, e sim o bom e velho "deixa disso". Mas o aracnídeo chega a golpear o Capitão América, dando espaço para que o Homem de Ferro dê uma verdadeira surra no velho soldado.
Mark Millar se calca justamente na estranheza causada pela inverossimilhança para construir a trama de Guerra Civil. Ao retratar situações que até então eram virtualmente impossíveis de se ver, faz da minissérie um verdadeiro fetiche para os leitores da Marvel. O Capitão América enfrenta o Homem de Ferro - e nenhum dos dois é um clone, um transmorfo ou mesmo teve a mente dominada por um vilão telepata.
Mesmo quando é inconsistente, Guerra Civil acaba se tornando um grande espetáculo. O problema, se há, é o que vem pela frente: a batalha desta edição é daquelas que não pode ser escondida embaixo do tapete.
A edição brasileira, contudo, tem dois poréns. Um está na própria revista: o texto de "Na próxima edição" entrega um spoiler pesado sobre a decisão de um personagem que recém apareceu na trama, mas tem poder de fogo para alterar os rumos da história.
O outro é o site do evento, que, até a semana de lançamento desta edição, não tinha sequer a atualização de Guerra Civil # 2 completa. É uma pena que uma iniciativa tão bacana fique deixado de lado - principalmente porque serviria para situar o leitor que não compra todas as revistas mensais relacionadas à saga.
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