Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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Reviews

GUERRA CIVIL ESPECIAL # 3

1 dezembro 2008


Autores: Incrustado - Paul Jenkins (texto), Ramon Bachs (desenhos), John Lucas (arte-final) e Laura Martin (cores);

O acusado - Paul Jenkins (texto), Steve Lieber (arte) e June Chung (cores);

Rubicão - Christos N. Gage (texto), Jeremy Haun (desenhos), Mark Morales (arte-final) e Morry Hollowell (cores);

Guerra Civil - Crimes de Guerra - Frank Tieri (texto), Staz Johnson (desenhos), Tom Palmer, Robin Riggs (arte-final) e Ian Hannin (cores);

Inverno de Morte - Ed Brubaker (texto), Lee Weeks (desenhos), Stefano Gaudino, Rick Hoberg (arte-final) e Matt Milla (cores).

Preço: R$ 18,50

Número de páginas: 176

Data de lançamento: Janeiro de 2008

Sinopse: Incrustado - Ben Urich e Sally Floyd chegam às verdadeiras razões que levaram à Guerra Civil.

O acusado - Speedball resolve mudar de identidade, reconhecendo a dor de quem ajudou a matar no episódio que deflagrou a Lei de Registro.

Rubicão - Em um encontro armado, Capitão América e Homem de Ferro relembram o passado e põem os pingos nos is.

Guerra Civil - Crimes de Guerra - Tony Stark recruta Wilson Fisk, o Rei do Crime, para o time dos legalistas.

Inverno de Morte - O Soldado Invernal encontra os Jovens Vingadores.

Positivo/Negativo: Se não fosse Ed Brubaker, o que seria desta terceira edição de Guerra Civil Especial?

Em primeiro lugar, a revista atrasou. E não foram só alguns dias, e sim de mais de mês. Saiu quando a minissérie-mãe, Guerra Civil, já tinha chegado ao sétimo número e, portanto, acabado. Mas a dita estava prevista e recomendada, no checklist fornecido pela própria editora, para ser fruída logo após a sexta edição.

Este é mais um golpe indireto à idéia de que, em momentos de maxissagas e crossovers, tudo que sai há de ser lido, sob pena de não se entender "lhufas". Como não há registro de fãs terrivelmente perdidos por terem adiado a leitura da edição, pode-se compreendê-la como mero anexo, um apêndice - e tal qual o do ser humano, pode ser extirpado sem grandes complicações sempre que for necessário.

Além disso, quando chegou, a revista revelou-se recheada de histórias de qualidade duvidosa. Vide O acusado, que acaba no exato momento em que o insosso herói Speedball assume-se masoquista e veste um traje que será aplaudido por qualquer dominatrix. Quando tinha tudo para esquentar, cortam o barato do leitor com um súbito aviso de "fim".

Incrustado ganhou mais dois capítulos, mas que não acrescentam muito, já que o clima conspiratório fora instaurado na edição anterior e não evolui aqui.

Crimes de guerra, por sua vez, dá conta de mostrar o que os vilões faziam enquanto os heróis se matavam, além de distribuir mais pistas sobre o caráter lamentável de Tony Stark. O problema é que Frank Tieri é um roteirista ruim: faz o que lhe é pedido, cumpre a lição de casa, mas não consegue dar graça às tramas. Tudo em que ele toca fica morno.

Mas nada nesta edição chega perto Rubicão. Não fosse o título erudito ao extremo - uma palavra de tamanha complexidade que é em si mesma uma referência a Roma e aos grandes conflitos humanos - não haveria nada de construtivo em suas páginas.

A HQ mostra um encontro improvável, em que dois inimigos que estão se matando há meses começam a bater papo e trocar reminiscências dos bons e velhos tempos. Nada de tentar corrigir os rumos da batalha, "necas" de poupar novas vítimas. Os dois líderes parecem ter comido vitrolas. Falam, tentam convencer um ao outro, discursam, são verborrágicos até cansar.

Talvez para quebrar o marasmo, o autor despiu-os e pôs a dupla a lutar no muque, sem armamentos, como se isso fosse levar a algum lugar. Não levou. Pior: soou patético.

Não fosse desrespeitoso, desonroso até, poder-se-ia seguir o calor popular e dizer que de especial, como o nome insinua, este gibi não tem nada, que é mero "caça-níqueis". Mas não é preciso ir tão baixo.

A questão é que, chegando no final, está o conto de Natal que Ed Brubaker escreveu para a versão rediviva de Bucky, agora rebatizado Soldado Invernal. É uma HQ simples, que mistura flashbacks da Segunda Guerra Mundial com a vida de um cara que perdeu tudo que tinha - até mesmo a confiança dos amigos.

Bem narrada, com bons desenhos e um ritmo imbatível, é tecnicamente brilhante. Mas, mais do que isso, é uma história emocionante, algo que é difícil encontrar em HQs de super-heróis. Afinal, emoção é um troço sério e não costuma combinar com gente que usa spandex colado nas "partes baixas".

Não tem jeito: a história de Brubaker acaba sendo o grande destaque da revista. Se trinta e poucas páginas valem ou não R$ 18,50 são outros quinhentos e outra carteira - cabe ao leitor decidir. Mas se não fosse o Brubaker...

Classificação:

4,0

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