GUERRA CIVIL ESPECIAL # 4
Autores: Incrustado - Paul Jenkins (texto), Ramon Bachs (desenhos), John Lucas (arte-final) e Larry Molinar (cores);
Capitães corajosos - O retorno do Capitão Marvel - Paul Jenkins (texto), Tom Raney (desenhos), Scott Hanna (arte-final) e Gina Going (cores);
A decisão - Paul Jenkins (texto), Tom Raney (desenhos), Scott Hanna (arte-final) e A. Crossley (cores);
Guerra Civil - A iniciativa - Brian Michael Bendis, Warren Ellis (texto), Marc Silvestri (desenhos), Michael Broussard, Eric Basaldua (desenhos de cenários), Joe Weems, Marco Galli, Rick Basaldua (arte-final) e Frank D'Armata (cores);
A confissão - Brian Michael Bendis (texto), Alex Maleev (arte e cores) e Jose Villarrubia (cores);
Batalha de Secessionville - Paul Jenkins (texto), Roy Allen Martinez (arte) e A. Crossley (cores);
Batalha da Inglaterra - Paul Jenkins (texto) e Jorge Lucas (arte);
Ofensiva de Somme - Paul Jenkins (texto), Eduardo Barreto (arte) e A. Crossley (cores);
Batalha de Edgehill - Paul Jenkins (texto) e Frazer Irving (arte);
William Eldridge - Paul Jenkins (texto), Ramon Bachs (desenhos), John Lucas (arte-final) e Studio F (cores).
Preço: R$ 13,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Fevereiro de 2008
Sinopse: Incrustado - Ben Urich e Sally Floyd enfim desvendam o que está por trás da Guerra Civil.
Capitães corajosos - O retorno do Capitão Marvel - Mar-Vell ressurge e se torna o zelador da prisão cósmica.
A decisão - O Sentinela decide se registrar.
Guerra Civil - A iniciativa - A origem da Tropa Ômega, a primeira missão dos novos Thunderbolts e a decisão de Tony Stark de reunir os Vingadores mais uma vez.
A confissão - Capitão América e Homem de Ferro refletem sobre a Guerra Civil.
Batalha de Secessionville, Batalha da Inglaterra, Ofensiva de Somme, Batalha de Edgehill e William Eldridge - Histórias de grandes guerras do passado iluminam o presente do Universo Marvel.
Positivo/Negativo: Apesar de ser uma minissérie limitada em sete volumes, Guerra Civil não pode ser entendido como um evento isolado no Universo Marvel. Sua história não começou no número 1 e não acabou com a rendição abrupta do Capitão América, mostrada na última edição.
Na verdade, é bem o contrário: o imbróglio entre os heróis legalistas e os insurgentes é uma trama repleta de ganchos, com potencial para gerar histórias para A "Casa das Idéias" pelos próximos anos.
É nesta edição de Guerra Civil Especial que estão alguns dos primeiros passos rumo à construção de uma nova Marvel. O Homem de Ferro venceu e está expandindo seus domínios sobre o mundo. Nesse cenário, os personagens revêem antigas relações e decisões, descobrem novas percepções a respeito uns dos outros e escolhem que postura adotarão daqui em diante.
Ao mesmo tempo, há um certo clima de fim de batalha: mesmo que alguns rebeldes como o Homem-Aranha ainda estejam em ação, percebe-se uma tentativa de deixar as disputas para trás, apontando culpados e refletindo-se sobre as responsabilidades de uns e outros.
Desse grupo de histórias que tenta pôr um ponto final na Guerra Civil, Incrustado é a mais importante. Nela, dois jornalistas descobrem que Tony Stark usou recursos escusos e realizou tramóias financeiras durante a disputa. É o golpe final no Homem de Ferro, que, de herói, revelou-se um mesquinho egoísta - por sinal, bem próximo do playboy manipulador mostrado na sua versão Ultimate.
É um papel difícil de se desfazer, até porque a Guerra Civil, como evento, será um eixo central dos próximos anos da Marvel.
Infelizmente, o texto verborrágico e o traço feio comprometem a qualidade da história. Mas é a inverossimilhança que a estraga de vez: dois repórteres que acabaram de sair de seus jornais conseguem acesso ao Capitão América (algo bastante improvável) e, diante dele, a repórter Sally Field tem um chilique. É algo difícil de se acreditar na situação privilegiada em que ela se encontra.
Diante disso, a confissão acaba sendo tecnicamente melhor: os diálogos são bem construídos, a arte de Maleev é, como sempre, matadora. O problema é que a história é meramente reflexiva. Não traz nada de novo. Funciona apenas como um apêndice bonito, mas desnecessário.
As histórias curtas de grandes batalhas no final do volume ficam na mesma situação: às vezes, têm uma arte bonita (em especial a de Frazer Irving, por sinal relacionada com seu trabalho em Sete Soldados da Vitória), mas são apenas um anexo interessante. Nem mesmo o desfecho com um Nick Fury do futuro consegue ultrapassar a pieguice.
As três HQs que apontam para o futuro são bem próximas do gênero dos super-heróis. Duas delas têm a arte eficiente de Tom Raney. Já Guerra Civil - A iniciativa é ilustrada por criadores da Top Cow, ou seja, é um grande déjà vu do impactante estilo hachurado dos anos 90. O resultado é o que já se conhece: mulheres peitudas (com direito a biquinho), maiôs fio dental enfiados em plena Nova York, músculos improváveis nos rapazes e algumas proporções esquisitas. Infelizmente, é uma marca - e uma mácula - dos encapados, que ainda por cima conta com um bom séquito.
No fim das contas, as quatro edições de Guerra Civil Especial deixaram a desejar: apesar de um ou outro acerto (como a história do pato Howard no número 2 e a do Soldado Invernal no volume 3), elas serviram para coletar e lançar muito do material fraco e irrelevante que orbitou a trama principal. Esta conclusão, com seus altos e baixos, apenas confirma a regra.
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