GULLIVERA
Título: GULLIVERA (Pixel Media)
- Edição especial
Autores: Milo Manara (roteiro e arte).
Preço: R$ 35,00
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Março de 2006
Sinopse: Lançado em 1996, Gullivera (Gulliveriana, no original) traz a história de Gulliver, o homem que foi parar na minúscula Lilliput, só que a partir de um ponto de vista feminino.
Ou seja, em vez do jovem, quem aparece na terra das pessoas pequeninas é uma bela garota. Ela vai parar lá por acaso, sem querer e nem mesmo sabe o que fez para chegar ao lugar.
Antes de surgir, no entanto, ela perde toda a roupa e quando chega a Lilliput está envolta apenas numa minúscula bandeira do Reino Unido. Uma vez em meio ao povo miniatura, Gullivera se enfia em algumas confusões e em todas as situações inusitadas que uma bela garota gigante e nua pode provocar.
Positivo/Negativo: Que Milo Manara é um excelente desenhista, ninguém pode negar. Seu traço suave, preciso e cheio de movimento é perfeito para histórias eróticas e para retratar o mar.
Muitas vezes se reduz o trabalho do autor apenas às mulheres, mas isso é um tanto simplista, pois exclui seu detalhismo com cenários e coadjuvantes. A narrativa visual dele também é excelente para potencializar o erotismo das cenas.
A grande sacada de Manara é que não basta desenhar bem uma mulher, é preciso saber posicioná-la e movimentá-la para que, quando estiver vestida, seja sensual; e quando estiver nua não seja excessivamente vulgar.
A versão Manara para Gulliver é uma mulher deslumbrante e sem pudores. A primeira parte da história em Lilliput flui muito bem, com uma trama interessante, apesar de alguns momentos que poderiam passar sem ser retratados, como Gullivera apagando um incêndio com sua urina. Contudo, depois da saída da terra dos pequeninos até o fim vale a pena apenas observar o desenho.
Como de costume, Manara patina um pouco pela falta de um roteiro mais consistente. Sua narrativa é boa, mas a história não. Assim, o autor acaba colocando referências que ficam perdidas e sem sentido, dificultando a associação entre o que está escrito e desenhado. Salvam-se algumas cenas, como a da ilha flutuante de ninfomaníacas, mas no geral o texto é pobre.
Mas, é preciso admitir, o álbum se sustenta apenas com o desenho. Então, esqueça o texto e curta as imagens.
A edição nacional está caprichada, em um papel de boa qualidade e trazendo uma excelente matéria de Gonçalo Júnior sobre o erotismo de Manara nos quadrinhos. Para quem quer ler alguma coisa neste álbum, bem, esse texto é a melhor opção.
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