Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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Reviews

HELLBLAZER - SANGUE REAL

1 dezembro 2008


Autores: Sangue Nobre - Garth Ennis (texto), William Simpson (arte) e Tom Ziuko (cores);

Argila mortal e Corpo e alma - Garth Ennis (texto), Steve Dillon (arte) e Tom Ziuko (cores).

Preço: R$ 34,90

Número de páginas: 160

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Sangue Nobre - Um rapaz aparece morto no bairro de John Constantine. Seguindo a pista, o mago acaba se envolvendo com um grupo de devassos ligado à Família Real que reviveram um antigo pesadelo inglês.

Argila mortal e Corpo e alma - Um bando de profanadores de cadáveres tenta roubar o corpo do tio de Chas, recentemente morto, para realizar testes de balística.

Positivo/Negativo: A Pixel reuniu em um único álbum os dois arcos de Hellblazer escritos por Garth Ennis no começo dos anos 90 que permaneciam inéditos no Brasil. A idéia chama atenção por si só: junta histórias de um grande personagem feitas por um de seus melhores narradores.

O arco menor, composto por Argila mortal e Corpo e alma, é, por sinal, uma história típica de Ennis, feita lado a lado com o desenhista Steve Dillon, parceiro na série Preacher.

A linha do terror seguida pelo roteirista é bem seca e direta, com sangue jorrando, cadáveres mutilados, profanação de túmulos e uma grande dose de sarcasmo como cobertura. Embora Ennis estivesse apenas começando a trabalhar para a DC na época, já deixava uma marca bem própria em seus textos. Alguns desses elementos se repetem até hoje em séries como Justiceiro, da Marvel, o que, passados 15 anos, pode causar uma sensação de déjà vu no leitor brasileiro.

Mas o segundo arco pode ser lido apenas como uma história anexa, um brinde, uma figurinha de um jogador perneta que só é importante para completar o álbum. É pelas quatro partes de Sangue Nobre que este volume se sustenta, ganha força, vida e relevância.

A história é um dos melhores arcos de Ennis em Hellblazer. Nela, John Constantine depara com os grandes mitos modernos da Londres. A história não só se passa na capital britânica, mas também respira o ar de fog do pesado inverno inglês.

O clima está no texto, na trama, nas figuras envolvidas e na forma como elas se comportam, mas também na bela arte de William Simpson e nas poucas e precisas cores Tom Ziuko - que, mesmo em cenas diurnas, deixam a sensação de sol rarefeito.

A história faz bem até para Constantine. Se nas outras tramas de Ennis há um sarcasmo que permeia toda a sua obra (de Hitman ao Justiceiro), aqui o humor do bruxo muda. Ele está mais corrosivo, alterando o tom e retomando a origem punk dada por Alan Moore e Jamie Delano.

Dentre todos os ótimos arcos de Hellblazer, Sangue Nobre é um dos mais memoráveis. O tratamento dado pela Pixel, se não é luxuoso nem sofisticado, se tem dois centímetros a menos que o formato americano, ao menos é eficaz. Graficamente, a edição é bonita, diagramada com sobriedade e bom gosto. Peca apenas por conta dos textos complementares, com alguns problemas de vírgulas e concordâncias, além de frases um pouco truncadas, mas nada que atrapalhe a leitura da história.

Classificação:

4,0

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