HELLBOY - A CAPELA DE MOLOCH / O VIGARISTA
Autores: A capela de Moloch - Mike Mignola (texto e arte). Publicado originalmente no especial Hellboy - In the chapel of Moloch;
O vigarista - Mike Mignola (texto) e Richard Corben (arte). Publicado originalmente na minissérie Hellboy - The crooked man;
A verruga - Mike Mignola (texto), Duncan Fegredo (arte) e Dave Stewart (cores). Publicado originalmente em Hellboy - Free comic book day;
Tradução de Fernando Bertacchini.
Preço: R$ 39,90
Número de páginas: 120
Data de lançamento: Agosto de 2009
Sinopse: A capela de Moloch - Um pintor contemporâneo aluga uma propriedade em Tavira, sul de Portugal, para preparar sua nova exposição. Para montar o ateliê, o artista opta por uma capela anexa ao terreno - e, logo depois, desaparece. É Hellboy quem recebe a missão de encontrá-lo.
O vigarista - No sudeste norte-americano, o andarilho Tom Ferrel retorna para casa - para encontrar um mundo tomado por bruxas e demônios. Hellboy se junta a ele para solucionar o problema.
A verruga - Hellboy delira em uma verruga.
Positivo/Negativo: A capela de Moloch é a primeira HQ de Hellboy desenhada por seu criador, Mike Mignola, desde 2005.
O vigarista, com arte de Richard Corben, ganhou o prêmio Eisner de melhor minissérie publicada em 2008.
Os dois fatos são bons chamarizes para este novo álbum de Hellboy, o agora famoso demônio criado por Mignola e que, dez anos após a sua primeira aparição, tem série derivada, filme, desenho animado e bonequinhos, tornando-se um dos mais populares personagens dos quadrinhos independentes norte-americanos.
Contudo, Hellboy nunca precisou de fatos e efemérides para merecer leitura. E, a despeito de todo o auê, a série continua boa pra caramba.
A capela de Moloch é um pequeno tesouro. Tem Hellboy envolvido com misticismo, terror, monstros - e a arte de Mignola!
É uma HQ rápida. Toda a complexidade dos fatos que o leitor precisa saber é apresentada numa recapitulação logo no começo. Depois, dá-lhe ação - e referências ao artista espanhol Goya (como Mignola, especialista em monstros e sombras).
Com mais páginas para se desenvolver, O vigarista tem a arte de Corben - veterano dos quadrinhos, artista underground, um dos nomes mais celebrados da fase áurea da revista Heavy Metal.
Corben é um grande desenhista de personagens marcantes e de florestas. O roteiro de Mignola é perfeito pro seu traço, portanto. Corben rende - e muito.
Hellboy, durão, até fica em segundo plano. O que importa é o magrelo Tom Ferrel, um baita caipira. E, mais do que ele, a bruxa Effie Colb, uma loira lasciva que monta numa égua esquelética. E os monstros, claro, como as feiticeiras rastejantes da página 64, geniais!
A verruga é uma história menor - e acaba ofuscada por suas antecessoras. Graças a ela, o álbum fecha em anticlímax.
De qualquer forma, é um problema menor. A edição da Mythos pode não ter o melhor preço do mercado, mas é caprichada: tem notas, textos adicionais, capas originais, papel bacana, boa impressão, material recente, formato americano - uma maravilha se comparado a títulos mais antigos da série.
A propósito, justiça seja feita: a Mythos acaba sendo mais conhecida como estúdio que produz HQs para a Panini, mas publica grandes quadrinhos. Na média, seus títulos próprios, como Hellboy e J. Kendall, são superiores aos do cliente. Embora tenham menos visibilidade, têm mais qualidade. E, cá pra nós, é isso que interessa.
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