Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
OUÇA
[adrotate group="9"]
Reviews

HELLBOY - A FEITICEIRA TROLL & OUTRAS HISTÓRIAS

1 dezembro 2008


Autores: Penanggalan - Mike Mignola (texto e arte) e Dave Stewart (cores);

A hidra e o leão - Mike Mignola (texto e arte) e Dave Stewart (cores);

A feiticeira troll - Mike Mignola (texto e arte) e Dave Stewart (cores);

O vampiro de Praga - Mike Mignola (texto), P. Craig Russel (arte) e Lovern Kindzierski (cores);

A experiência do Doutor Carp - Mike Mignola (texto e arte) e Dave Stewart (cores);

O ghoul - Mike Mignola (texto e arte) e Dave Stewart (cores);

Makoma - Mike Mignola (texto e arte), Richard Corben (arte) e Dave Stewart (cores).

Preço: R$ 38,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Penanggalan - Malásia, 1958. Hellboy investiga uma bruxa.

A hidra e o leão - Alasca, 1961. Num túmulo que pertenceria a um velho amigo, Hellboy encontra conexões com o semideus Hércules.

A feiticeira troll - Noruega, 1963. Ao encontrar uma bruxa, Hellboy depara com uma velha tragédia de família.

O vampiro de Praga - Praga, 1982. Um fantasma jogador enfrenta Hellboy.

A experiência do Doutor Carp - Nova York, 1991. Um casarão assombrado leva Hellboy a viver uma experiência para lá de estranha.

O ghoul - Londres, 1992. Um diabrete metido a lírico desafia Hellboy.

Makoma - Nova York, 1993. Hellboy é conduzido ao passado e se vê encarnado em uma lenda.

Positivo/Negativo: A feiticeira troll & outras histórias é um belo álbum para marcar o começo das comemorações de um aniversário duplo. Afinal, em 2008, Hellboy completa 15 anos de sua estréia. E, no Brasil, já se vai uma década desde que a Mythos lançou a primeira minissérie do personagem.

Tudo bem que esse punhado de contos curtos não é o melhor que Mike Mignola tem a oferecer ao leitor. Sua bibliografia inclui várias tramas mais consistentes e densas. Justiça seja feita: foram justamente essas que renderam ao personagem um papel de destaque no cenário dos quadrinhos norte-americanos, e mais versão cinematográfica, bonequinhos e até um desenho animado.

Se as minisséries longas são, de fato, mais elaboradas, estes sete contos se revelam pequenas preciosidades em sua leveza e simplicidade - e também na própria estranheza.

Em todas as aventuras, é interessante notar, Hellboy não age como se fosse o protagonista. Seu papel está mais próximo do que se espera de um guia. É como se o demônio agisse como uma espécie de assistente do narrador. Ele pega o leitor pela mão e o conduz pela trama, revelando que Mignola está interessado em contar outras histórias. Afinal, com a exceção de Doutor Carp, todos os contos são baseados em lendas e mitos de diversas culturas.

Essa multiplicidade de influências dá à série uma riqueza rara nos quadrinhos. É aí que Hellboy se entrega como uma espécie de Tintim do misticismo. Se o jornalista de Hergé mostrou aos seus leitores muitos países sob aspectos culturais e geográficos, o demônio de Mignola explora o mapa do imaginário do mundo. Através das décadas, cruzando continentes, Hellboy vai do Alasca à África, mesclando-se aos mitos locais.

Mignola cuida de todos os roteiros e do traço de boa parte do álbum, mas os outros dois artistas da edição também merecem destaque. Diga-se de passagem que essa não é a regra. Às vezes, o criador abre espaço para substitutos mequetrefes. Mas, no caso de Russel e Corben, a conversa é bem diferente. Ambos, como Mignola, são estilistas de primeira grandeza, e impõem uma marca pessoal forte sobre o personagem. Suas colaborações são memoráveis.

Há, contudo, dois poréns na edição: um são os pequenos e poucos descuidos na revisão.

O outro é mais grave: houve algum problema com a impressão do álbum, o que deixou algumas páginas com pequenos borrões de tinta. Isso se soma a deslizes com a editoração eletrônica. Há áreas retangulares desbotadas em volta de diversos balões ao longo das páginas, e elas afetam não só o letreiramento, mas também a arte.

Não é um erro gritante, e o leitor terá que prestar atenção para perceber o vazamento para fora dos balões. Mas, de qualquer maneira, é um desleixo técnico que não pega bem em uma publicação que tem jeito - e preço - de especial.

Apesar dos defeitos, A feiticeira troll soma-se aos diversos bons lançamentos brasileiros deste começo de ano, e merece a consideração do leitor. Afinal, dez anos depois, Hellboy continua sendo uma série viçosa.

Classificação:

4,0

Leia também
[adrotate group="10"]
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA