Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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HELLBOY - A MÃO DIREITA DA PERDIÇÃO

1 dezembro 2004


Autor: Mike Mignola (roteiro e desenhos).

Sinopse: Coletânea de aventuras do investigador do sobrenatural
Hellboy, um demônio sem ombros e com chifres amputados. As tramas envolvem
sociedades secretas, dragões, ectoplasma, vampiros, lobisomens, cabeças-voadoras-assasinas-ninjas,
infância passada numa base militar, feitiços para todos os gostos e, claro,
panquecas!

Esta edição traz ainda, nas últimas páginas, desenhos e verdadeiros estudos
de Mignola para personagens presentes ou não nas HQs.

Positivo/Negativo: Neste princípio de século XXI, tempos de Internet,
engenharia genética, computadores de bolso, mísseis teleguiados por satélite,
"democracia" no Oriente Médio, terrorismo globalizado e luta contra o
corporativismo no Estado, tem gente que ainda insiste numa arcaica mentalidade,
que remonta à Idade Média, para explicar ou afirmar a realidade.

Exagero? Não, mesmo! Basta perder alguns minutos explorando o dial
do seu rádio ou "zapeando" a programação da madrugada de alguns canais
de TV aberta. A constatação é evidente: muitos, mas muitos mesmo, ainda
acreditam em demônios, almas do outro mundo, encosto... e o diabo!

E, mais grave, estas superstições, muitas vezes, escamoteiam uma radical
intolerância para com outras concepções de divindade; sem falar na perigosa
propagação de uma série de preconceitos.

Mas o que Hellboy tem a ver com isso? Ora, tudo!

Esta inteligente criação de Mignola (seja pelos desenhos ou pelos roteiros)
não tem medo de satirizar e se divertir com a crença de que o homem é
um mero joguete das forças do destino. O próprio (anti)herói Hellboy se
recusa a acreditar, e não se deixa dobrar à pressão fatalista. Ele dúvida
que sua condição de "coisa-ruim" o levará a destruir o mundo!

Bobagem! A vida é bela, e nada fácil. Assim, o demônio gente fina segue
em frente com muito bom humor, determinação e coragem.

Como diria Mefistófeles, personagem de Christopher Marlowe, dramaturgo
inglês do século XVI, em Dr. Fausto, ao sem indagado sobre a localização
do Inferno: "Fausto, você já se encontra no inferno".

Classificação:

4,0

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