História em Quadrinhos & Comunicação de Massa
Editora: Museu de Arte de São Paulo - Livro teórico
Autores: Pierre Couperie, Proto Destefanis, Edouard François, Maurice Horn, Claude Moliterni e Gerald Gassiot Talabot.
Preço: variável (se encontrado em sebos)
Número de páginas: 232
Data de lançamento: 1970
Sinopse
Este livro em formato grande e fartamente ilustrado é a primeira obra sobre quadrinhos traduzida no Brasil. Traça um panorama histórico das HQs européias e norte-americanas, com forte predominância desta última, desde sua origem até o final da década de 1960.
Além disso, a obra é complementada com informações sobre a técnica e a linguagem dos quadrinhos.
Positivo/Negativo
Em 1967, o Museu de Artes Decorativas do Louvre, em Paris, abriu suas galerias para a exposição Bande Dessinée et Figuration Narrative. Pela primeira vez na história, os quadrinhos ocupavam um espaço tão nobre e prestigiado.
Naquela época, os europeus, principalmente italianos e franceses, iniciavam os pioneiros estudos sobre a arte e a linguagem dos quadrinhos e começavam a surgir algumas entidades voltadas à promoção das HQs como arte e fenômeno cultural. Elas eram formadas por intelectuais, cineastas, artistas e editores.
A Socerlid era uma dessas associações e foi a responsável por organizar a histórica exposição no Louvre. Junto com a mostra, foi lançado um livro, espécie de catálogo, que acabou se tornando uma referência em publicações do gênero, leitura fundamental para os interessados no assunto.
Entre seus autores estão alguns dos mais dedicados e competentes especialistas em quadrinhos da França como Pierre Couperie, Claude Moliterni e Maurice Horn, este último viria a coordenar alguns anos depois os monumentais volumes The World Encyclopedia of Comicse The World Encyclopedia of Cartoons.
A exposição teve grande repercussão e, em 1970, foi trazida para o Brasil com o nome deHistória em Quadrinhos & Comunicação de Massa, tendo sido montada no Masp - Museu de Arte de São Paulo, um dos mais importantes museus de arte da América Latina.
O livro também ganhou versão nacional, numa edição caprichada com capa ilustrada por Ziraldo. Esta é, até hoje, uma das mais completas e bem feitas obras em português sobre os quadrinhos. Seus capítulos apresentam, em ordem cronológica, as principais séries e autores, situando-os histórica e sociologicamente, um tipo de análise que passou a ser bastante seguido por trabalhos posteriores escritos não só na França, mas na Espanha, Argentina e até no Brasil.
Além de rico em informações, o livro traz dezenas de reproduções de significativas imagens de quadrinhos, muitas delas em tamanho ampliado.
Naturalmente, um livro escrito há 40 anos está desatualizado e vários estilos, personagens e autores cultuados na época perderam, com o tempo, a importância que tinham. Apesar disso, é uma preciosa fonte de consulta, rica em informações e curiosidades, executada de forma séria e envolvente, por quem realmente gosta e entende do assunto.
Tanto a exposição quanto o livro são marcos históricos para os quadrinhos e um importante registro da sua valorização como obras de arte. Contribuíram, decisivamente, para que os quadrinhos fossem vistos com outros olhos e levados mais a sério.
Em tempo: embora a exposição no Louvre tenha sido primordial, vale ressaltar que não foi um acontecimento pioneiro. O Brasil detém a primazia de ter realizado em 1950, a primeira exposição de HQ no mundo. Um de seus organizadores, Álvaro Moya, relata todos os detalhes dessa exposição em seu livro Anos 50, 50 Anos, da Opera Graphica.
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