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Reviews

HOLLOW FIELDS # 2

1 dezembro 2011

HOLLOW FIELDS # 2

Editora: NewPOP - Minissérie em três capítulos

Autora: Madeleine Rosca (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 10,00

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Outubro de 2010

 

Sinopse

Na segunda edição da minissérie, é revelado um pouco mais sobre o passado da Senhora Weaver, que administra a escola para cientistas malucos do título. E a jovem protagonista, Lucy Snow, matriculada em Hollow Fields por engano, se prepara para os exames escolares, sabendo que, se falhar, a punição será desaparecer como outros alunos, no misterioso moinho para onde são levadas as crianças com as piores notas da semana.

A garotinha encontra um mentor - uma estranha caixa falante - nessa missão e tenta se aproximar de um menino por quem antipatizou logo de cara. Contra ela, sua rival é a aplicada aprendiz de supervilã Summers, melhor e mais popular aluna daquela estranha instituição de ensino.

Positivo/Negativo

Difícil acreditar que Hollow Fields não seja um autêntico gibi japonês, tamanha a competência de sua autora, a australiana Madeleine Rosca, em emular o estilo. Tanto que a série foi premiada e reconhecida como um mangá no próprio Japão antes de ser publicada no Brasil, em 2010, pela NewPOP.

Neste segundo número, o leitor acompanha a trajetória de Lucy Snow, a garotinha de nove anos e meio que acabou se matriculando por engano em uma escola cujo objetivo é formar nada menos que os futuros supervilões, cientistas que utilizam o conhecimento para o mal.

Se na edição de estreia aos poucos foram apresentados a protagonista, o ambiente escolar com suas exóticas disciplinas e os vários estudantes e professores que circulam por aqueles corredores, neste há detalhes mais aprofundados de alguns personagens. É o caso da diretora, a senhora Weaver, que surge logo nas primeiras páginas, em um flashback de 80 anos do passado.

O trecho inicial mostra as origens da academia e da exótica tecnologia movida a vapor que, no presente, são utilizadas por Weaver e seus comandados. Esse tipo de tecnologia com cara de retrofuturismo é que dá o ar steampunk à HQ, aquele mesmo gênero da Liga Extraordinária, de Alan Moore e Kevin O'Neill, e do anime Steamboy, de Katsuhiro Otomo, no qual avanços tecnológicos fictícios surgem por volta do Século 19.

Conforme avança a trama, também se vê um pouco mais da personalidade da protagonista: ela deixa de ser apenas a menina assustada para tentar se impor naquele ambiente cercado de vapor e engrenagens. O desafio de Lucy é sobreviver em uma instituição onde ser o aluno menos capacitado significa uma misteriosa punição que pode ser fatal. E mais: se destacar demais é a certeza de atrair o ódio de colegas invejosos e não menos mortais.

Entre uma lição de destruição e outra, a garota sem vocação para o mal deve encontrar quem possam ser seus aliados para descobrir os segredos de Hollow Fields e do misterioso moinho para onde são levadas as crianças que não se dedicar o suficiente aos estudos.

O destaque continua a ser a arte extremamente dinâmica de Madeleine Rosca e, como curiosidade, o leitor pode acompanhar um tanto da evolução dela até chegar ao estilo adotado nesta série. Dentre os extras desta edição, há no final toda uma sequência alternativa ao comentado flashback que abre a história, feito com desenhos bem mais estáticos que os oficiais.

Pena que a revisão tenha errado na conjugação do verbo "ver" na versão oficial e acertou na alternativa.

Muito interessantes também são as tirinhas verticais com um clima mais ameno e humorístico para as desventuras de Lucy Snow, também nos extras. Um alívio e tanto para a cena de tensão no ponto em que a história se encerra nesta edição e deixa um belo gancho para a conclusão da série.

O maior problema continuam sendo os diálogos burocráticos e prolixos. Madeleine Rosca levou tão a sério sua inspiração, que acabou copiando também os defeitos de muitos mangás neste sentido. A australiana poderia ter produzido uma adaptação menos fiel, algo intermediário nos estilos do Oriente e do Ocidente, como fizeram antes dela o americano Frank Miller, em Ronin, ou o canadense Bryan Lee O'Malley, em Scott Pilgrim.

Mas a opção foi mesmo a de seguir à risca o padrão, sem ousar em nada, para o bem ou para o mal.

Classificação:

4,0

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