HOLLOW FIELDS # 3
Editora: NewPOP - Minissérie em três capítulos
Autor: Madeleine Rosca (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 10,00
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Março de 2011
Sinopse
No capítulo final da minissérie sobre a escola para futuros supervilões, é mostrado o confronto final entre Lucy Snow, a garotinha de dez anos incompletos que se matriculou no lugar por engano, e a centenária Senhora Weaver, a maligna diretora de Hollow Fields.
Positivo/Negativo
Como era de se esperar, a australiana Madeleine Rosca - uma mangaká bastante devotada às tradições quadrinísticas japonesas -, encerra sua minissérie de maneira épica. A batalha tão aguardada entre suas antagonistas ocupa boa parte das mais de 200 páginas deste derradeiro volume, enquanto a destruição toma conta do ambiente ao redor.
Fogo e explosões derrubam o colégio bizarro que dá nome à HQ, com suas chaminés e engrenagens que remetem ao steampunk, o gênero da ficção científica que imagina tecnologias avançadas com cara de século 19. Um encerramento bastante apropriado para esses quadrinhos de apelo juvenil e aguardado desde sua primeira edição, lançada um semestre antes pela NewPOP.
Neste ponto da série, a escritora entrega as respostas que estavam sendo mantidas em suspense ao longo de todos esses meses: qual é o plano sinistro da Sra. Weaver? O que acontece com os alunos enviados para o moinho? Quem está por trás daquele estranho cubo falante que ajuda Lucy Snow nas tarefas escolares?
Todas as pontas soltas são respondidas no devido tempo, naquele ritmo sem muita pressa dos mangás, uma narrativa bem mais lenta do que a da maioria das HQs ocidentais. Madeleine também segue de perto o estilo oriental no desenho em preto e branco de sua série, usando a maioria das ferramentas típicas do estilo: das expressões faciais de seus personagens de olhos grandes e narizes microscópicos até a maneira de inserir onomatopeias, dentre todos os demais exemplos possíveis.
Pena que a parte mais vistosa de sua arte, a elaboração de cenários detalhados com a já citada estética steampunk, seja deixada meio de lado neste terceiro volume, em comparação aos anteriores. Madeleine optou por enfatizar mais os personagens e simplificou bastante os painéis de fundo.
O que atrapalha um pouco a leitura de Hollow Fields é um certo desleixo com os diálogos, quase sempre prolixos, a ponto de irritar. O leitor teria muito a agradecer caso a autora ou seus editores dessem uma bela enxugada no que vai dentro dos balões.
No caso brasileiro, isso se agrava por uma falta gritante de revisão, que deixa passar mais erros no encerramento da trilogia que em seus episódios anteriores. Se na segunda edição já havia uma dificuldade em se acertar a conjugação do verbo "ver", aqui ela se repete e se multiplica.
Some-se a isso muita confusão entre segunda e terceira pessoa, às vezes na mesma frase (um exemplo: "Sim, eu posso tirar tua detenção do seu histórico escolar"); mais confusão entre o uso de "mal" e "mau" ("mandou muito mau, Simon!"); e, ainda, questões de estilo, como excesso de palavras repetidas ("Mal posso esperar pra ver a cara de terror na cara deles").
A NewPOP e seus leitores em idade escolar - já que este quadrinho específico é recomendado para crianças a partir de 12 anos - só teriam a ganhar com uma revisão mais apurada do material que a editora põe nas bancas.
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