Homem Animal - Volume 1
Editora: Brainstore - Edição especial
Autores: Grant Morrison (roteiro), Chas Truog (desenho) e Doug Hazlewood (arte-final) - Originalmente em Animal Man # 1 a # 7.
Preço: R$ 35,00
Número de páginas: 176
Data de lançamento: Novembro de 2002
Sinopse
Republicação do primeiro trabalho de Grant Morrison para a DC Comics. É a primeira parte da fase em que o escritor britânico converte o Homem-Animal, um dos mais irrelevantes super-heróis que os quadrinhos já viram, num marco.
Positivo/Negativo
Esta parte inicial da nova interpretação de Buddy Baker e seu alter ego ensina muito sobre Grant Morrison e sua relação com o mercado. Será que a mesma história teria tamanha aceitação com um personagem mais popular? Imagine os fãs do Batman lendo Bruce Wayne gritando o clássico "eu posso ver você" virado para fora da página! Será que o Superman ficaria bem se tornando vegetariano em vez de defender o modo de vida norte-americano?
Aqui, Morrison está sem inibições, com um personagem desconhecido e abusando e desafiando as convenções dos comics. A saga toda serviu como rascunho para que, anos depois, ele retomasse A crise nas infinitas Terras com as insinuações que estabeleceu nesta obra.
Em histórias fechadas, ele criou mensagens subliminares e cláusulas minúsculas enquanto narra a trajetória de Buddy Baker em busca de descobrir quais os seus poderes e, principalmente, quem é ele.
E como toda jornada, o conhecimento sempre tem seu preço. A primeira parte da saga cobra que Baker seja mais super do que humano ou, simplesmente, mais Homem-Animal do que homem.
O grande momento é a perturbadora O evangelho do Coiote, na qual o herói encontra uma depressiva versão do Coiote Coió, clássico personagem de desenhos animados.
É verdade que A morte do Máscara Rubra é um final pouco cabível para este arco, mas era só um aviso de que viria algo ainda melhor.
Nesta versão brasileira, que republica histórias publicadas em formatinho pela Abril, a Brainstoreperdeu uma grande chance ao lançar uma coletânea em preto e branco. Fica a esperança de que, nos próximos anos, se veja por aqui outras edições à altura da qualidade das histórias.
Classificação
Tiago Cordeiro é jornalista e editor do Melhores do Mundo