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Homem-Animal – Volume 1 – Espécie anormal – Novos 52

18 julho 2014

Homem-Animal – Volume 1 – Espécie anormal – Novos 52Editora: Panini Comics – Edição especial

Autores: Jeff Lemire (roteiro), Steve Pugh (arte edições # 19 e # 21 a # 23), Travel Foreman (arte Anual # 2), Timothy Green II (arte # 20) e Francis Portela (coartista # 21 a # 23) – Originalmente publicado em Animal Man # 19 a # 23 e Animal Man Annual # 2.

Preço: R$18,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Abril de 2014

Sinopse

O Homem-Animal lida simultaneamente com a fama, devido à indicação de seu filme a uma importante cerimônia, e com o drama de ver sua família se dissolver após a morte de seu filho mais velho.

Positivo/Negativo

Buddy Baker cativou a atenção dos fãs a partir da série mensal iniciada em 1988, sob a batuta do roteirista Grant Morrison, e que migrou para o selo Vertigo, que a publicou até 1995, 89 edições e um anual depois.

Entre 1995 e 2011 o personagem sempre fez aparições ocasionais. Foi peça-chave no arco final de Morrison à frente da Liga da Justiça, fez parte da primeira grande série semanal 52 e apareceu aqui e ali pelos títulos da editora. Mas nada de um título novo próprio.

Por isso o Homem-Animal de Jeff Lemire foi uma agradável surpresa no advento dos Novos 52. Uma série que parecia um amálgama dos selos tradicionais de super-heróis com os contos mais voltados ao público adulto da Vertigo, mas se revelou mais que isso.

Lemire usou muito bem a oportunidade que a linha editorial queria: recriar e reapresentar os personagens para uma nova audiência.

Já na primeira edição, o autor colocou uma breve nota, na forma de uma entrevista ficcional, contextualizando o personagem e seu universo pessoal, apresentando coadjuvantes e estabelecendo a nova profissão do herói.

Mas a história pareceu se enrolar em subtramas e condições cada vez menos coerentes, forçando um longo (e enfadonho) crossover com o Monstro do Pântano, o Mundo Podre.

Com a edição # 19, pintou uma chance de virar a página e começar de novo.

Assim, ficaram para trás muitos dos elementos mirabolantes e super-heroicos, e o foco passou a ser essencialmente no protagonista e seus coadjuvantes.

Há um intenso drama familiar, desenvolvido com categoria por Lemire, dosando o sentimentalismo sem ser piegas, pelo contrário. A edição anual traz uma belíssima história sobre perda e família e, sozinha, vale o preço do encadernado.

Mas ela não está sozinha. Há outras ótimas histórias, como a continuação do filme estrelado por Baker e a apresentação da próxima grande ameaça ao Vermelho – que só será devidamente vista na próxima edição, com a excelente arte de Rafael Albuquerque.

Ganha destaque também a filha do Homem-Animal, Maxine, e seu tutor, o gato Sr. Meia, que passeiam pelo Vermelho para treinar os poderes da menina e conduzi-la até seu futuro posto como avatar, substituindo seu pai.

Com grandes elementos de fantasia (como animais piratas e um estranhamente interessante mundo de bichos falantes), essa história secundária se desenvolve com um brilho infantil, mas a trama não escapa do tom mais sério e do drama, enquanto Maxine tenta trazer seu irmão de volta à vida.

Ainda que numa escala bem menor em relação à fase Morrison, há um pequeno exercício de metalinguagem no encadernado, com tweets tomando as margens da primeira história, que dá o título do encadernado, talvez em homenagem ao histórico do personagem.

No entanto, a história Espécie Anormal é a mais fraca da edição, justamente por ser um mero desenvolvimento para o arco seguinte e por se parecer demais com outras aventuras sobre abuso em experimentos com animais.

Sim, o tema continua tão relevante quanto em 1988, quando Morrison fez sua primeira história do Homem-Animal – sem precisar de muito pesquisa, há o recente caso do Instituto Royal, no Brasil. Mas faltou um pouco mais de aprofundamento.

Classificação

4,5

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