HOMEM-ARANHA # 110
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: Este homem, este (proibido pela censura) - Joe Kelly (roteiro), Eric Canete (desenhos e arte-final) e Andres Mossa (cores) - Originalmente em Amazing Spider-Man # 611;
Crise de identidade - Stan Lee (roteiro), Marcos Martin (desenhos e arte-final) e Javier Rodriguez (cores) - Originalmente em Amazing Spider-Man # 600;
A outra mulher - Joe Kelly (roteiro) e Jim Ken Nimura (desenhos, arte-final e cores) - Originalmente em Amazing Spider-Man # 612;
O irritável J. Jonah Jameson - Tom Peyer (roteiro) e Javier Rodriguez (desenhos, arte-final e cores) - Originalmente em Web of Spider-Man # 2;
Corredor polonês - Origens: Electro - Fred Van Lente (roteiro), Barry Kitson (desenhos e arte-final) e Jeromy Cox (cores). Excertos de Amazing Spider-Man # 9 por Stan Lee (roteiro) e Steve Ditko (desenhos) - Originalmente em Web of Spider-Man # 2.
Preço: R$ 6,50
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Fevereiro de 2011
Sinopse
Este homem, este (proibido pela censura) - Deadpool é contratado por Kravina para segurar o Homem-Aranha pelo tempo necessário até ela realizar um misterioso objetivo.
Crise de identidade - Homem-Aranha procura um psiquiatra para ajudá-lo a encontrar seu "verdadeiro eu".
A outra mulher - O namoro (ou seria "amizade colorida"?) entre Gata Negra e Homem-Aranha pode virar um relacionamento entre Felícia Hardy e Peter Parker.
O irritável J. Jonah Jameson - Um admirador fanático rapta o editor do Clarim Diário para convencê-lo a voltar a escrever artigos contra o Homem-Aranha.
Corredor polonês - Origens: Electro - A nova origem do vilão Electro.
Positivo/Negativo
Homem-Aranha # 110 poderia ter estampado na capa a expressão "edição de colecionador". Afinal, é tão ruim que somente um fã de carteirinha do escalador de paredes vai querer guardá-la, para não deixar a coleção incompleta.
Ler a revista até o fim é um martírio visual e mental.
Abrindo a edição, o anti-herói Deadpool, que já não é grande coisa, aparece em uma HQ com desenhos horríveis, ridículos e constrangedores - ainda cabem mais adjetivos do tipo, mas estes três conseguem definir tudo.
A história é desenvolvida com piadinhas bestas em ritmo de seriado sitcom, daqueles que fazem gracinha a cada dez segundos.
Para piorar, Deadpool diz ao Homem-Aranha que os dois vão "se topar daqui a pouco em X-Men Extra" e ainda interage com os comentários de rodapé.
Levando-se em conta que a história é um prelúdio para o sinistro e sóbrio arco Corredor Polonês, essa aventura espalhafatosa e cheia de metalinguagem fica ainda mais descabida no contexto.
Seguindo em frente, Crise de identidade traz a arte aliviante de Marcos Martin, que reduz os efeitos da HQ anterior.
Mas a história curta, que revive algumas das transformações físicas e visuais do Homem-Aranha - por meio de uma maluca (e cômica) sessão com um psiquiatra sósia de Stan Lee -, funciona melhor em edições especiais comemorativas que justificam esse tipo de trama "engraçadinha", exatamente como Amazing Spider-Man # 600, de onde ela foi retirada para a revista brasileira.
E acabou contribuindo para o conteúdo nonsense que toma conta de quase todas as páginas de Homem-Aranha # 110.
A outra mulher piora de vez a revista. Em estilo mangá teen, tem desenhos feios e infantis, mostrando os personagens com rosto e corpo de pré-adolescente.
Uma sequência de duas páginas da HQ é tão escura que fica difícil observar os detalhes das cenas, como a luta do Homem-Aranha e da Gata Negra contra uns elementos que não dá para identificar se são ninjas, monstrengos ou bandidos comuns.
E de onde surgiram aquelas orelhas felinas compondo o uniforme da Gata Negra? Ela não usa isso.
Apesar de tudo, a história de oito páginas tem a atenuante de mostrar o atual trabalho de Felícia Hardy e abrir caminho para boas possibilidades de tramas envolvendo ela e Peter Parker.
Logo depois, O irritável J. Jonah Jameson traz bons desenhos (de Javier Rodriguez, mais conhecido por seu trabalho como colorista) e um roteiro bobinho. A leitura vale pela sequência de JJJ usando a antiga e risível luva de sucção do Besouro contra seu admirador fanático.
Ainda há um erro de português, quando Jameson diz "deliquente", em vez de "delinquente".
Ao menos, a edição termina com as poucas, mas redentoras páginas do tomo inicial do arco Corredor Polonês.
Além da ótima arte de Barry Kitson, o remake da origem de Electro - com direito a um retcon que incluiu Magneto na trama - foge da toada bobalhona das outras HQs da edição.
E ainda tem excertos de Amazing Spider-Man # 9 (1963), de Stan Lee e Steve Ditko.
Classificação: