Confins do Universo 212 - Eternauta, um quadrinho para a eternidade
OUÇA
[adrotate group="9"]
Reviews

HOMEM-ARANHA # 30

1 dezembro 2004


Autores: O Incrível Homem-Aranha - J. Michael Straczynski
e Fiona Avery (argumento), Fiona Avery (roteiro) e John Romita Jr. (desenhos);

O Espetacular Homem-Aranha - Paul Jenkins (roteiro) e Humberto
Ramos (desenhos);

Venom - Daniel Way (roteiro) e Paco Medina (desenhos);

Homem-Aranha/Dr. Octopus: Exposição Negativa - Brian K. Vaughan
(roteiro) e Staz Johnson (desenhos).

Preço: R$ 6,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Junho de 2004

Sinopse: O Incrível Homem-Aranha - Peter Parker continua
perdendo suas noites de sono para proteger Melissa. Mal sabe ele que o
irmão da garota pode estar sob os cuidados de um velho conhecido.

O Espetacular Homem-Aranha - A busca por Venom pode trazer conseqüências
trágicas para o Aranha. Enquanto isso, Flash Thompson muda-se para o prédio
de Peter.

Venom - Ao mesmo tempo em que foge junto com a Tenente Robertson,
o Homem-de-Preto continua sua caçada ao simbionte alienígena. Mas ele
logo descobrirá que não está sozinho nessa empreitada.

Homem-Aranha/Doutor Octopus: Exposição Negativa - Frustrado por
Peter Parker sempre roubar seu espaço, Jeffrey Hodjo decide investigar
o rapaz para ver como ele trabalha.

Positivo/Negativo: Na segunda parte de Conseqüências Inesperadas,
J. Michael Straczynski e Fiona Avery mantêm os roteiros sem sal que têm
marcado a passagem do escritor pelo título do Aranha. O leitor, novamente,
termina a história com a sensação de que saiu do nada para chegar a lugar
nenhum.

É a mesmíssima coisa que vimos na edição
anterior
: primeiro algumas cenas de Peter, sempre bem-humorado, em
sua vida de professor e, depois, uma seqüência do Aranha, tola, brusca
e forçada, na qual fica claro que Straczynski não nasceu para escrever
revistas de heróis consagrados.

O pior é que, nessa aventura, os autores (principalmente Fiona Avery,
responsável pelo roteiro final) inserem elementos que servem apenas para
encher a paciência do leitor. Ezekiel está deixando de ser misterioso
para se tornar irritante. Além disso, suas constantes aparições vêm desgastando
o personagem mais rápido do que se poderia prever. Ou seja, pode parecer
incrível, mas o mais recente componente da mitologia do Aranha já está
se tornando um clichê!

Pior que isso, só mesmo as falas do Homem-Aranha. As piadas são todas
cretinas, o herói está arrogante demais e seu nível de sensibilidade caiu
a zero. "Ah, mas desde quando o aracnídeo precisa ser certinho com os
vilões?", alguém poderia dizer. Realmente, não há necessidade de delicadezas
quando se está tratando com o Duende Verde ou o Abutre, mas quando se
trata de uma organização que nem é criminosa, formada por pessoas que
se reúnem para discutir livros de filosofia, ou seja, para aprender, a
coisa muda de figura. O herói simplesmente invade o lugar, ofende todo
mundo e, quando descobre que cometeu um engano, sai de cena com aquele
ar de "tudo bem, dessa vez vou deixar passar". Esnobe, não?

Mas se Peter Parker é um professor, não deveria estimular tal tipo
de atividade, mesmo sob a máscara do aracnídeo? Ou será que, só porque
o ambiente das reuniões era suspeito, o Aranha teria direito de julgar
aquelas pessoas sem ter nenhum prova concreta? Perguntas misteriosas,
para as quais só os autores sabem as respostas.

Merece destaque a belíssima capa de O Incrível Homem-Aranha, assinada
pelo brasileiro Mike Deodato Jr., que deverá substituir o desde já saudoso
John Romita Jr. nos desenhos da revista ainda em 2004. Pelo menos nesse
quesito, os leitores do mais tradicional título do herói aracnídeo não
têm do que reclamar.

Em O Espetacular Homem-Aranha, mais uma parte (a terceira de um
total de cinco) da ótima saga Fome Voraz, que traz de volta o Venom.
Paul Jenkins capricha e, novamente, consegue prender a atenção do leitor
com um roteiro rápido, enxuto e inteligente.

Prova disso é o diálogo inicial entre o Aranha e o detetive encarregado
de solucionar os crimes pelos quais Venom está sendo responsabilizado.
Além de fluir como água, a cena é totalmente verossímil e, melhor, não
insulta a inteligência do leitor.

Mas o melhor do roteiro desta edição são as cenas em que Eddie Brock entra
em conflito com o traje alienígena. A tempestuosa relação mantida entre
os dois - um por vício, outro por necessidade - é de fazer lamentar que
um personagem com potencial como Venom nunca tenha sido totalmente aproveitado.
O desfecho da trama cria um suspense enorme para o próximo número da revista,
no qual a saga deverá terminar.

A arte de Humberto Ramos continua ótima. A batalha entre Venom e Homem-Aranha
está simplesmente irretocável, assim como a capa da revista original (reproduzida
na página 26), tão boa quanto a de Mike Deodato Jr., porém bem menos comercial.

A partir deste número, Homem-Aranha volta a publicar as aventuras
da revista Venom, da linha Tsunami. Embora o arco inicial
tenha passado a impressão de que o personagem pode simplesmente não ter
cacife para ganhar título próprio, este número mostra uma considerável
evolução, podendo agradar até os seus muitos detratores.

Os roteiros de Daniel Way seguem um estilo cinematográfico, bem diferente
do que estamos acostumados a ver, com poucos balões de texto, muita linguagem
visual e sem "encher lingüiça". A história pode ser lida, com sobras,
em menos de três minutos. E talvez seja este o caminho correto para se
contar uma história solo do Venom que não necessita mesmo de muitas sentenças
para "dar seu recado".

Por isso, Way não poderia ter parceiro melhor do que Paco Medina. Com
uma junção entre os traços rebuscados de Francisco Herrera e as fisionomias
improváveis dos mangás, ele se adapta perfeitamente ao roteiro, e prova
que sabe "falar" por meio de imagens como poucos.

Completa a edição a segunda parte de Homem-Aranha/Dr. Octopus: Exposição
Negativa
. Se no número anterior a trama não dizia a que vinha, aqui
o roteiro de Brian K. Vaughan toma forma e começa a ganhar substância.

O desenhista Staz Johnson prova-se cada vez melhor na arte seqüencial
e apresenta um belo resultado gráfico. O produto final é agradável e gera
até uma certa expectativa para o próximo número.

Por fim, esta edição de Homem-Aranha apresenta uma melhor notável
em relação à anterior e merece ser conferida. Fica a torcida para que
continue nesse rumo.

Assim como as demais revistas da Panini, o título sofreu um reajuste
de preços em função do aumento dos custos gráficos. O preço de capa passou
a R$ 6,50.

Classificação:

4,0

Leia também
[adrotate group="10"]
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA