HOMEM-ARANHA # 47
Título: HOMEM-ARANHA # 47 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: MK Spider-Man - Mark Millar (roteiro), Terry e Rachel Dodson (arte);
Espetacular Homem-Aranha - Paul Jenkins (roteiro), Humberto Ramos (desenhos primeira história) e Paco Medina (desenhos segunda história);
Venom - Daniel Way (roteiro) e Skottie Young (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Novembro de 2005
Sinopse: MK Spider-Man - O responsável pelo seqüestro de May Parker é revelado!
Espetacular Homem-Aranha - Uma teia de mentiras que remonta aos sombrios dias da Segunda Guerra Mundial ameaça a população de metade dos Estados Unidos. Segredos que transformarão radicalmente a vida de Peter Parker... para sempre!
Venom - O Homem-Aranha se junta a Nick Fury contra Venom!
Positivo/Negativo: A capa diz tudo: Homem-Aranha - A Queda, ou melhor, quase tudo, faltou dizer que o título reflete perfeitamente a vertiginosa queda de qualidade da revista. Assim como o herói, seus fãs sofrem bastante com apenas uma história decente.
Espetacular Homem-Aranha, que teve duas histórias por sua ligação com o evento Vingadores - A Queda, está muito ruim. Jenkins segue uma linha que parece ser a palavra de ordem na Marvel: o governo norte-americano mente e seus segredos de estado destruirão todo o povo.
E não pense que o presidente é culpado. Assim como o nosso Lula, o líder norte-americano nunca sabe de nada; os culpados sempre são os outros. É esse mais do mesmo que esse arco de Jenkins apresenta, mostrando um cidadão indefeso, no caso Peter Parker, sendo uma vítima das maquinações secretas militares.
Como se não bastasse a falta de originalidade, a trama tem alguns furos. Enquanto Peter se transforma em uma aranha humana, diz a Mary Jane que não sabe como isso funciona, pois jamais aconteceu com ele. No entanto, ele já foi transformado em aranha na primeira edição de Marvel Fanfare, em 1982.
Além disso, enquanto Peter passa por uma situação terrível, sua esposa e sua tia acham praticamente normal e nem se preocupam com a situação.
Quanto ao desenho, a revista foi atacada por uma onda mangá. Infelizmente, não é um bom traço nesse estilo, mas a deformação exagerada e incompreensível de Humberto Ramos.
Na segunda história há uma evolução, pois Paco Medina dosa um pouco melhor a mangalização do seu traço, fazendo um desenho mais arredondado e compreensível.
E em Venom, lamentavelmente, há Skottie Young, um meio termo entre Ramos e Medina, ou seja, muito ruim. A única vantagem que leva é que seu traço dá uma fluidez interessante ao simbionte alienígena.
Aliás, falando de Venom, é difícil entender como esse título continuou existindo com histórias tão ruins e confusas. Daniel Way tenta manter um clima de mistério, não revelando nada que está acontecendo, mas só consegue deixar o leitor aborrecido por não entender a história.
O que salva esta edição é Mark Millar torturando o Homem-Aranha com a dúvida do destino de May Parker. O interessante é a explicação do Escorpião sobre o funcionamento das chamadas "galerias de vilões". Ele puxa uma idéia lançada por Bendis em Guerra Secreta, de que vilões pé-de-chinelo nunca teriam dinheiro suficiente para criar e manter a tecnologia que usam.
A partir disso, ele vai mais além e conta que milionários patrocinavam esses supervilões para manter os heróis sob controle. A escolha do Escorpião para revelar essa informação foi excelente, já que a origem dele é justamente essa: foi um criado com uma tecnologia patrocinada por J. Jonah Jameson para ser o predador perfeito para o Aranha.
A única coisa que estraga a história de Millar é que o casal Dodson, responsável pela arte, foi bem descuidado. Terry não é ruim, mas deixou muito a desejar nos detalhes, como os olhos dos personagens.
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