HOMEM-ARANHA # 77
Autores: Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - Peter David (roteiro) e Todd Nauck (desenhos);
O Sensacional Homem-Aranha - Roberto Aguirre-Sacasa (roteiro) e Ramon Bachs (desenhos);
Família Homem-Aranha - Paul Torin (roteiro) e Pierre Alary (arte);
O Espetacular Homem-Aranha - J. M. Straczynski (roteiro) e Ron Garney (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2008
Sinopse: O Sensacional Homem-Aranha - Peter encontra Edward Hyde e terá que vencê-lo se quiser libertar o último jovem seqüestrado pelo vilão.
Família Homem-Aranha - O Quarteto Fantástico está enfrentando uma múmia gigante e conta com a ajuda do Homem-Aranha. Mais tarde, quando Peter vai ao banco, encontra Electro realizando um assalto e as coisas se complicam quando o Quarteto acha que o herói está envolvido no crime.
Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - Peter e Homem-Areia prosseguem as investigações com a ajuda do capacete do Aranha do futuro e do bizarro Dennis. O problema é que a investigação os leva para o Colégio Midtown, onde mais coisas estranhas estão acontecendo.
O Espetacular Homem-Aranha - Peter manda um recado para o submundo: ninguém mexe com a família dele, ou ele irá caçar os responsáveis até o final. Enquanto isso, o Rei do Crime se prepara para receber a visita do Aracnídeo.
Positivo/Negativo: Se você é um grande fã do Aranha e compra a revista por ser fiel ao personagem, talvez seja uma boa idéia ler apenas as histórias de Família Homem-Aranha e O Espetacular Homem-Aranha.
Na verdade, esses dois títulos bastariam inclusive no mercado americano. Um conta as histórias atuais do personagem e prossegue com sua cronologia; e o outro tem divertidas tramas curtas que se passam no passado, sem se preocupar em especificar quando e onde aconteceram.
As tramas de Família Homem-Aranha podem até ser chamadas de "bobinhas", mas têm sido muito melhores que os títulos atuais do personagem. A série adota uma estética "retrô" que ganhou espaço com o sucesso de DC - A Nova Fronteira. São histórias que não se preocupam com a cronologia, não têm pretensão de serem clássicos ou mesmo "para adultos". Apenas resgatam a inocência de outros tempos, nos quais se poderia começar uma HQ com uma luta com uma múmia gigante e não explicar de onde ela veio.
É interessante que essas histórias usam os mesmo clichês de sempre (como colocar o Quarteto contra o Homem-Aranha), resgatam elementos clássicos (como Peter sempre se dar mal no final) e nem por isso são chatas. A narrativa é agradável, tem ritmo e, se você é um fã antigo do personagem, não tem como não se divertir lembrando de tempos mais simples, quando Peter brigava com J.J. Jameson e não conseguia pagar as contas de sua tia.
Além disso, a série conta com traços simplificados, mas muito funcionais e representativos. É uma nova geração de artistas americanos que aprendeu muito com a leveza do mangá e desenvolveu um desenho novo, que torna altamente eficiente o estilo americano de se desenhar super-heróis.
Em O Espetacular Homem-Aranha, a situação do personagem continua sendo bem construída por Straczynski. Depois de tanto tempo á frente do Aranha, fica claro que o roteirista, mesmo quando é controverso, desenvolve a trama de forma competente, numa intensidade crescente.
Pode até ter edições que acontecem poucas coisas como esta, mas, mesmo assim a tensão cresce quando o Rei paga uma fortuna para um guarda simplesmente para recuperar seu indefectível terno branco para enfrentar o Homem-Aranha.
O desenho também está muito bom. Ron Garney melhora a cada edição e sua versão do Rei do Crime remete aos traços clássicos do personagem estabelecidos em Demolidor, mostrando-o com toda a sua imponência.
O restante da revista realmente é fraco demais. A história escrita por Peter David é sem pé nem cabeça. Depois de tantos absurdos, o vilão se revela um Camaleão do futuro, que acaba eletrocutado no lugar do pai do Homem-Areia.
Em O Sensacional Homem-Aranha, a trama ficou na luta contra Mr. Hyde, com direito à citação ao livro de onde o personagem foi extraído, além de uma questão moral do garoto que chega próximo de matar o vilão por tudo que ele fez. Até daria para ler a história, se os desenhos de Ramon Bachs não fossem tão ruins.
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