HOMEM-ARANHA # 80
Autores: Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança (Friendly Neighborhood Spider-Man # 22) - Peter David (roteiro) e Todd Nauck (desenhos);
O Sensacional Homem-Aranha (Sensational Spider-Man # 39) - Roberto Aguirre-Sacasa (roteiro), Rick Hoberg e Clayton Crain (desenhos);
Família Homem-Aranha (Spider-Man Family # 4) - Jeff Parker (roteiro) e Leonard Kirk (desenhos);
O Espetacular Homem-Aranha (Amazing Spider-Man #543) - J. M. Straczynski (roteiro) e Ron Garney (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Agosto de 2008
Sinopse: O Sensacional Homem-Aranha - Eddie Brock, atormentado por visões do simbionte, mata uma enfermeira e sua próxima vítima será a Tia May.
Família Homem-Aranha - O estranho ataque de um dinossauro leva Peter Parker a investigar um musical.
Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - O plano de Ero fracassa quando Betty Brant ajuda Peter e Flash. Ela promete se vingar, mas o Homem-Aranha parte para o ataque.
O Espetacular Homem-Aranha - Um policial precisa investigar a internação de Tia May. Então Peter e Mary Jane precisam mudá-la de hospital o mais rápido possível.
Positivo/Negativo: A história de Eddie Brock tentando matar a Tia May é muito fraca. Qualquer leitor imaginava o final, já que ela não morreria pelas mãos dele. Agora, é irritante a insistência da Marvel em manter o personagem vivo.
Como já criaram um novo Venom, que tem funcionado bem, Brock deveria ter partido desta para melhor, mas sempre querem deixar uma "janela para o futuro". Então, a história acaba com ele moribundo, com câncer, alucinando com o simbionte.
Outra passagem sem propósito é a conversa de Peter com a Tia May, com ela se despedindo e ele não aceitando.
Ainda falando dessa "conversa" espiritual de Peter e Tia May, apesar de a proposta da arte de Rick Hoberg e Clayton Crain ser diferenciar o real do espiritual, os dois estilos são tão diferentes que chega a desequilibrar a página a montagem feita pelo editor.
Na sequência, um dos títulos em que Marvel mais acertou com o Aranha atualmente: Família Homem-Aranha. Todas as HQs são divertidas, descompromissadas e despretensiosas. Enfim, merecem ser lidas.
Nesta edição escrita por Jeff Parker, o Aranha encontra os Agentes da Fundação Atlas, um grupo obscuro da Marvel da década de 1950 que está sendo resgatado pelo autor - o herói os ajuda a investigar uma falsa companhia de teatro que quer usar a energia da platéia em um feitiço.
Aparentemente, além dessa aparição e de uma minissérie própria, eles terão bastante importância no evento Dark Reign, em andamento nos Estados Unidos.
A história tem um ritmo ágil, com várias piadas e momentos inusitados, além de um desenho limpo e estilizado.
Depois disso, nem dá vontade de ler a absurda trama em que uma mulher feita de aranhas quer enfiar um ovo na boca de Peter Parker para ele "chocar" no corpo dele. Pior: no final o herói a vence jogando-a em um aviário onde os pássaros a devoram. Eis a bobagem que, felizmente, Peter David encerrou nesta edição de Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança.
Desde o começo, ele se pautou por tramas sem sentido e coisas pouco ligadas ao personagem. Atrapalhou, também, o fato de David ser acompanhado por um desenhista mediano. O resultado foi desastroso. Aparentemente, há mais uma história antes de Um dia a mais. Que o leitor se prepare!
Felizmente, a última HQ, junto com Família Homem-Aranha, faz valer a revista. Mas com uma ressalva.
Já foi comentado no Universo HQ o que acontecerá no evento Um dia a Mais, a história já foi publicada aqui no Brasil e não é mais novidade que J.M. Straczynski é o roteirista responsável por apagar os últimos anos de aventuras do Homem-Aranha.
É claro que Straczynski seguiu diretrizes editoriais, mas foi ele o autor que, em um passe de mágica, fez todas as histórias que lemos não "valerem" mais.
Assim, ao mesmo tempo em que o autor tem feito uma história excelente atrás da outra, em termos de cronologia, isso não significa nada. Pensando friamente, Straczynski "autoriza" o leitor a pular essa fase e ir para meses à frente, quando começam os novos perigos.
Só que, fazendo isso, vivendo em função da cronologia, o leitor perde histórias excelentes, como a desta edição, em que Peter, no desespero de mudar sua Tia de hospital contabiliza quantos crimes ele cometeu e vê que talvez tenha ido longe demais na sua posição contra o registro.
A trama é tensa, inteligente, rápida. Enfim, uma ótima HQ, como várias que Straczynski tem feito no título do Aranha. Afinal, o herói tem muitas histórias para serem contadas. Basta um bom roteirista.
Classificação: