Flashbacks abre a edição e revela o que aconteceu com Flash Thompson enquanto servia o exército dos Estados Unidos no Iraque.

Marc Guggenheim mostra a invasão no Iraque de maneira a humanizar os soldados como um todo, representados aqui pelo melhor amigo de Peter Parker.

Segundo o roteiro, Thompson se inspira no heroísmo do Homem-Aranha, em sua atitude de nunca desistir de lutar por algo que acredita ser o certo, e também por pensar no bem-estar dos demais. Neste caso específico, no de um povo do outro lado do mundo, que durante anos foi vítima do regime ditatorial de Saddam Hussein.

Óbvio que, para isso, é preciso considerar Thompson e as demais pessoas que se alistaram como um bando de alienados. Daqueles que não têm informação alguma sobre o contexto político que propiciou a invasão ao Iraque, as armas de destruição em massa que não existiam, as mentiras contadas no Congresso pelo presidente dos Estados Unidos, os interesses escusos do vice-presidente nos campos de petróleo e por aí vai.

Afinal, do contrário, os soldados seriam vistos como um bando de açougueiros com livre arbítrio, que querem ditar o que é certo e errado para o restante do mundo.

O roteirista não tem a primazia de ser o primeiro a colocar as sangrentas cores da guerra numa história em quadrinhos de super-heróis, mas por abordar o assunto de maneira tão superficial e pretensamente edificante, deveria ser convidado a conhecer Mosul e outras regiões do Iraque. Talvez uma imersão profunda naquele ambiente o torne um melhor escritor.

Em tempo: ao final da história, Guggenheim agradece ao Sargento Jeffrey Guerin. Durante a invasão norte-americana ao Afeganistão, em 2004, o veículo em que o militar estava foi bombardeado. Ele sofreu sérios danos nas pernas, perdeu completamente a visão do olho esquerdo e parcialmente a do direito.

A longa estrada... é uma HQ focada em David Freed e em sua arruinada carreira criminosa. Curta e sem grandes pretensões, é uma aventura honesta que tem toda a cara de gibi do Homem-Aranha.

Já Laços de família traz o retorno de um clássico vilão do Aranha, o Cabeça de Martelo.

O roteiro de Joe Kelly tem alguns furos e partes um tanto confusas, mas no todo funciona bem. É uma aventura típica do Escalador de Paredes.

Pena que os desenhos de Chris Bachalo não acompanham o texto. Além de muito irregulares, em algumas sequências a arte se torna indecifrável.

No entanto, merecem elogios as capas de Bachalo para Amazing Spider-Man # 575 e # 576. Por sinal, creditadas erroneamente dentro da revista da Panini.