Autores: Jason Quinn (roteiro) e Jon Howard (desenhos).

Preço: R$ 3,50.

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Junho de 2004

Sinopse: A nova revista do Homem-Aranha, criada especialmente para
o público infantil, traz jogos e atividades variados para ocupar o tempo
da criançada. E ainda uma história do herói contra um de seus mais tradicionais
inimigos, o ilusionista Mystério.

Positivo/Negativo: Nada como um blockbuster para elevar
um personagem de quadrinhos à condição de astro. O Homem-Aranha que o
diga. Com mais de US$ 600 milhões em caixa, o novo filme do herói virou
febre no mundo todo, foi assistido por milhares de espectadores e ganhou
fãs mesmo entre pessoas que nunca pegaram uma revista em quadrinhos na
vida. Já era esperado que tal sucesso se convertesse numa leva de subprodutos
criada para fazer lucro em cima da marca do aracnídeo.

Homem-Aranha Kids é a vertente infantil desses subprodutos. Uma
revista do escalador de paredes dirigida às crianças e responsável pela
difícil missão de devolver o ar pueril ao mais humano dos super-heróis.

A publicação pode ser comparada a uma versão compacta do Almanacão
da Turma da Mônica: é composta por um mix de jogos, atividades,
passatempos e, claro, quadrinhos. Ou seja, ideal (dentro das limitações
de suas 32 páginas) para manter os pequenos entretidos por um bom tempo.

A parte das atividades é bastante dinâmica: é possível desenhar, colorir,
solucionar desafios de adivinhação e até aprender a fazer mágica, entre
outros. Uma mistura que se mantém interessante até para o mais hiperativo
dos pimpolhos, e ainda ajuda a desenvolver coordenação motora, capacidade
de leitura e raciocínio lógico, aspectos importantes da formação infantil.

Mas a mini-história em quadrinhos (11 páginas) decepciona. Não por ser
simples ao extremo, mas por sua total falta de valor em relação ao público
que a lê. O roteiro é tão insosso, que aparenta ter sido escrito por um
adolescente de 13 anos, sendo totalmente incapaz de cativar, emocionar,
ou mesmo despertar interesse. Crianças mais impacientes não pensarão duas
vezes em abandonar a HQ antes do final.

E é a total apatia da história que faz de Homem-Aranha Kids uma
revista fraca em relação àquelas que, provavelmente, serão suas maiores
rivais nas bancas brasileiras: as publicações da Turma da Mônica.
As aventuras dos personagens de Maurício de Sousa sabem (e sempre souberam)
aliar criatividade e didática em tramas interessantes e divertidas. De
quebra, ainda conseguem transmitir valores morais sem serem chatas.

Se os também brasileiros Combo Rangers - que combinavam aventura,
humor, ação e ingenuidade em roteiros espertos e inteligentes - ainda
estivessem nas bancas, o herói aracnídeo não teria chance.

Pelo fraco argumento, a chance de Homem-Aranha Kids é agradar leitores
com menos de dez anos. Mas apenas eles.