HOMEM DE FERRO – ANUAL # 1
Editora: Panini Comics
Autores: Hipervelocidade - Adam Warren (roteiro), Brian Denham (arte) e Guru eFX (cores);
Réquiem - Roteiro de Matt Fraction (p. 143-144, 158-159, 177-178), Stan Lee (p. 145 a 157) e David Michelinie (p. 160 a 176); desenhos de Kano (p. 143-144, 158-159, 177-178), Don Heck (p. 145 a 157) e Joe Brozowski (p. 160 a 176); arte-final de Bob Layton (p. 160 a 176) e Dick Ayers (P. 145 a 157); e cores de Tom Chu (p. 145 a 157 e 160 a 176).
Preço: R$ 18,50
Número de páginas: 176
Data de lançamento: Junho de 2010
Sinopse
Tony Stark resolve fazer uma armadura com uma cópia de sua própria consciência. Assim, criador e criatura terão de impedir uma gangue que pretende roubar essa tecnologia para uso próprio.
O encadernado conta ainda com um especial sobre a origem do Homem de Ferro e seu primeiro encontro com James Rhodes, em plena guerra do Vietnã.
Positivo/Negativo
Enquanto a febre Homem de Ferro não passa - devido ao fenômeno do segundo filme do personagem nas telonas - o herói enlatado continua ganhando as bancas. Ele ganhou um anual logo depois de sua revista mensal estrear. Pode parecer estranho, mas vale tudo para embarcar nessa onda.
Este volume abre com a história Hipervelocidade. Num primeiro momento, a narrativa extensa e demasiadamente descritiva engana até o leitor mais atento, fazendo-o pensar se tratar de mais uma aventura corriqueira do alter ego de Anthony Stark. Mas não.
A personalidade megalomaníaca e narcisista de Stark o impele a criar uma "personalidade reserva" de si mesmo, uma espécie de back-up que irá diretamente para um Homem de Ferro robô, que será ativado caso algo aconteça com o original.
Com uma inspiração de clássicos da literatura como Frankenstein, de Mary Shelley, e O médico e o monstro, de R. L. Stevenson, a máquina adquire vida própria e não se curva a seu mestre, atacando-o.
Ela se proclama um Tony Stark melhorado (ou 2.0, como coloca) e assume o lugar do original. Mas, com uma personalidade um pouco mais autodestrutiva que a do seu criador, atrai muitos problemas.
Como sempre, a Marvel gosta de utilizar tendências que permeiam a sociedade em suas histórias. É o caso da relação de "Tony Stark 2.0" com a música digital. Há momentos introspectivos em que a máquina ouve Ministry (banda ícone da música industrial), e outros, quando está destruindo tudo, em que prefere o som visceral de Iggy Pop & The Stooges.
Mesmo com boas ideias, os elementos que tentam tornar a trama mais interessante não se sustentam. A história parece que vai ficar melhor quando a consciência do robô é assombrada por uma espécie de vírus - uma garota com cabelo pintado, cheia de piercings e tatuagens, que parece saída direto das páginas das Suicide Girls, e atende pelo nome de Absinto.
Ela passa a atuar no subconsciente do androide, onde sobrepõe memórias, lembrando, em vários momentos, o filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças, no qual uma empresa manipula as lembranças de clientes que tiveram o coração partido. Porém, esqueça o tom romântico do filme e atente ao traço de Brian Denham, que casa perfeitamente com as cores sóbrias, acentuando o clima sombrio da HQ.
Mas como nem só de referências vive um texto, muitas vezes a leitura da HQ torna-se cansativa, enfadonha. Falta surpreender com o que acontece a seguir. Esta minissérie em seis partes poderia perfeitamente ter a metade de páginas.
A segunda minissérie, Réquiem, traz ao leitor as irretocáveis histórias do surgimento do Homem de Ferro por Stan Lee e o primeiro encontro do herói com seu inseparável amigo James Rhodes, por David Michelinie.
O traço está mais atualizado e moderno nessas histórias clássicas, um atrativo tanto para quem já as leu, como para quem está começando agora. No geral, Réquiem é uma ótima pedida para os fãs que estão tendo seu primeiro contato com o herói agora, após vê-lo em ação nos cinemas.
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