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HOMEM DE FERRO NOIR

1 dezembro 2012

HOMEM DE FERRO NOIR

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Scott Snyder (texto), Manuel Garcia (arte) e Mike Fyles (capa) - Originalmente em Iron Man Noir # 1 a # 4.

Preço: R$ 21,90

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Julho de 2012

 

Sinopse

No final dos anos 1930, Tony Stark é um homem de ação, sempre às voltas com aventuras perigosas. E, ultimamente, os riscos inerentes às suas proezas têm ameaçado não apenas a si mesmo, mas também a todos aqueles que o rodeiam.

Sua próxima incursão aventureira o colocará no rastro de uma antiga civilização perdida, cujos segredos também são cobiçados por um terrível grupo formado por indivíduos nada comuns.

Por outro lado, alguém que veste uma armadura poderosa e diz se chamar Homem de Ferro igualmente não é algo nem um pouco convencional.

Positivo/Negativo

Gênio, playboy, bilionário, filantropo. A famosa resposta atravessada que Tony Stark dá ao Capitão América no filme Os Vingadores também poderia servir para defini-lo nesta sua versão Noir, com uma única diferença: ele continua sendo um gênio, sem dúvida, e está mais playboy do que nunca.

Pelo visto, também continua com investimentos filantrópicos. Por exemplo, financiando um mestrado em jornalismo para mulheres. Porém, nos anos 30 do Século 20, quando se passa a história, seria exagerado chamá-lo de bilionário.

A diversão do milionário Tony Stark é se aventurar em diversos cenários exóticos do mundo, em busca de tesouros escondidos, indiferente à guerra mundial que se avizinha. Do conflito com os nazistas do qual seu país logo fará parte, ele só quer saber dos lucros obtidos vendendo armamento para os Aliados.

Preocupações heroicas não são o que movem a personalidade daquele que parece ser o assunto único da revista Marvels - As aventuras dos grandes homens. Secretamente, o que ele busca é uma cura, seja científica ou mística, para o problema que carrega literalmente dentro do peito: uma grave doença cardíaca que exige intervenção de um mecanismo à base de eletricidade.

Com este perfil, a última coisa que esperava era ter de usar as armaduras projetadas por seu pai, o veterano da Primeira Guerra Mundial e já falecido Howard Stark. Porém, os rumos que suas aventuras tomam atraem sujeitos que só poderão ser detidos por algo que pode ser descrito como um tanque de guerra sobre duas pernas.

Essa foi a reimaginação proposta por Scott Snyder para aquele que é atualmente o personagem mais badalado da Marvel, graças principalmente às últimas investidas da editora nos cinemas.

Mais conhecido por seus trabalhos para a DC, tanto pela série que criou para a Vertigo, Vampiro Americano, quanto pelas elogiadas HQs recentes de Batman, o autor entregou uma ótima minissérie na linha Noir, agora encadernada em capa dura pela Panini para o mercado nacional.

Como vem se tornando a regra nessa linha de histórias, a graça está justamente em observar os pontos que mudam entre as versões dos anos 30 e as tradicionais de cada personagem. Snyder é feliz principalmente nas alterações dos coadjuvantes do protagonista blindado. Jarvis, por exemplo, já se apresenta perguntando a Stark: "Quem você pensa que sou, o seu reles mordomo?", para demarcar a diferença com aquele solicito criado da Mansão dos Vingadores.

Ainda melhores estão as novas repaginações do Capitão Namor, claramente inspirado no apátrida Nemo, de Jules Verne, e o vilão Zemo, com um grande achado relacionado a seu nome. Por falar em nomes, leitores com mais estrada vão se divertir com as escolhas feitas pelo roteirista para batizar duas embarcações presentes na HQ.

Uma pena que o desenho não seja tão interessante quanto o roteiro. O espanhol Manuel Garcia não apresenta um trabalho tão fraco quanto o de Dennis Calero em X-Men Noir, mas algumas vezes sua arte parece mais um esboço esperando para ser detalhado.

Graças a um bem-vindo extra incluído pela Panini nesta edição, ainda mais caprichada que às anteriores da linha Noir que vem publicando desde o Homem-Aranha, é mais fácil fazer a comparação entre o trabalho de Snyder e o de Garcia: o roteiro completo da primeira parte da minissérie.

Por ali, pode-se ver como algumas das descrições do roteirista são mais vivas que os desenhos que foram feitos. Caso do templo da América Central, que abre a sequência de ação, desenhado de maneira um tanto burocrática.

Bem melhores estão as capas com arte pintada de Mike Fyles, todas as quatro e mais alguns esboços também reunidos nesta edição.

 

Classificação:

4,0

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