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HOMUNCULUS # 5

26 outubro 2009


Autor: Hideo Yamamoto (texto e arte).

Preço: R$ 9,90

Número de páginas: 232

Data de lançamento: Fevereiro de 2009

Sinopse: Susumu Nakoshi se encontra com Yukari no carro para devolver um celular perdido - mas o clima entre o trepanado e a garota fica tenso.

Positivo/Negativo: No começo, Homunculus chamou atenção pela esquisitice. Afinal, a história girava em torno de um jovem e esbelto morador de rua que aceitou ser trepanado por um médico bizarro. Como consequência, começou a ter visões quando fechava um dos olhos.

Até aí, a série não ia muito além de um mangá intrigante com bons desenhos e capa moderninha.

De lá pra cá, Homunculus mudou.

As visões de Susumu deixaram de ser uma fantasia para virar metáforas visuais. E a série de Hideo Yamamoto passou a chafurdar na poça de lama que é a alma humana.

Ficou mais séria, envolvente, densa. Esta edição, por exemplo, tem 232 páginas de tensão sexual - conduzida por uma narrativa que provoca uma fluidez de leitura velocíssima.

A habilidade de Susumu acaba permitindo que o leitor veja o que se passa na cabeça dos dois. Aqui, os balões de pensamento, hoje quase abandonados, ganharam substitutos fortíssimos: imagens poderosas, devastadoras.

Numa única edição, o leitor, mesmo com mais de 18 anos, encontrará uma diversidade de temas que podem chocá-lo - automutilação, deglutição de esperma, masturbação, dominação e por aí vai.

Apesar dos parcos entendimentos jurídicos deste resenhista, a própria capa - com um adulto abusando de uma colegial dentro de um carro - parece beirar a ilegalidade.

Sua própria existência é daquelas coisas que provam que, no Brasil, os quadrinhos são mesmo um nicho de mercado microscópico, que mal seus próprios consumidores enxergam. Não fosse assim, já teria bispo e deputado tostando Homunculus na fogueira.

Não é isso, porém, que se vê por aqui. Felizmente.

Homunculus, afinal, é um dos mangás mais provocativos e desafiadores em publicação no país. Sua trama não para de tatear novos limites. E leva junto seu leitor pela mão.

O limite que está em jogo não é o do autor. É o do público.

 

Classificação:

4,0

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