HULK CONTRA O MUNDO # 1
Autores: Peter David (roteiro), Al Rio, Lee Weeks e Sean Phillips (arte).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Maio de 2008
Sinopse: Hulk foi traído por heróis que se diziam seus amigos. Alegando que estavam fazendo o melhor para ele, prenderam-no numa nave e o exilaram em um planeta estranho, Sakaar.
Ainda assim, o Hulk sobreviveu. Aliou-se a alienígenas, formou um pacto que guerra, derrubou o governo local, se tornou rei, casou e levou a paz para o planeta. Tudo estaria bem se a nave que o trouxe da Terra não explodisse, matando boa parte da população.
Agora, o Hulk está furioso e está voltando para a Terra junto com as amizades que forjou durante sua guerra pela sobrevivência em Sakaar para se vingar daqueles que o traíram.
Enquanto isso, Jen Walters, a prima de Bruce Banner, também foi traída por Tony Stark e precisou fugir quando descobriu o que fizeram com o Hulk. Mas o atual diretor da S.H.I.E.L.D. não a deixará escapar tão fácil. Por isso, envia o Dr. Samson para convencê-la a voltar.
Positivo/Negativo: De cara, é preciso lembrar que este é o primeiro número da minissérie nacional, mas não a edição inaugural de Hulk Contra o Mundo. Na verdade, aqui temos apenas um prólogo chamado O Quebra-Mundos.
Assim, é natural, para quem pega uma minissérie com esse título e essa capa, se decepcionar profundamente com a história. Tudo aponta para uma trama de ação, mas, na verdade, rola uma recapitulação do que aconteceu até agora, explicando por que o Hulk está contra o mundo.
Por um lado, esse resumão é mais do que bem-vindo para novos leitores. Quem quiser acompanhar a minissérie a partir daqui, sem ter lido nada do Hulk no último ano, conseguirá sem problemas, pois a maioria dos fatos está sintetizada nas páginas da revista.
Agora, para quem acompanhou todas as 14 edições de Planeta Hulk em Universo Marvel, seguiu a trama do personagem até antes disso e está ligado nas histórias de Vingadores Illuminati e no contexto geral da Marvel, pouco sobra de novo.
Ainda na intenção de dar uma chance ao leitor novo, a editora acertou ao completar a revista com uma longa entrevista com Greg Pak, roteirista de Planeta Hulk e Hulk contra o Mundo.
O autor fala sobre como assumiu o personagem, discute a história de Sakaar, o que esperar da minissérie que se inicia na próxima edição e explica, em boxes individuais, os principais aspectos de cada aliado de Hulk. Ou seja, uma recapitulação completa feita por quem sabe os fatos que o leitor precisará saber para sacar o que vem a seguir.
É uma pena que a história em si não empolgue nem um pouco. Com um ritmo nostálgico e lento, pode até situar o leitor no contexto da minissérie, mas não o faz entrar no clima de uma grande batalha, que é o que se espera.
Os desenhos também não ajudam. A combinação de três bons artistas resultou em um trabalho mediano. Tecnicamente, as artes estão bem executadas, mas não têm nada de extraordinário.
Sobre a edição nacional, apesar de acertar nos extras, houve uma escorregada muito estranha na tradução e adaptação. Em um momento de fúria, Jen fala para Samson: "Eu agarântio" (bordão do personagem Seu Creisson, do programa televisivo Casseta & Planeta Urgente). Tudo bem, ela se refere ao fato de não passarem apenas documentários na televisão, mas ficou muito estranho, pois a história vinha com uma narração sóbria, pesada.
Depois, no meio de uma discussão, a mesma Jen explica o conceito do termo em latim "casus belli". Será que ela falaria mesmo "Eu agarântio"? No mínimo, foi uma escolha infeliz de referência.
Além disso, na entrevista, Greg Pak cita que os fãs da Ninhada e de Miek não devem perder a história em Heróis de Aluguel que interligará com a minissérie. Contudo, o leitor brasileiro provavelmente não terá essa oportunidade.
Isso porque a divertida série Heróis de Aluguel ficou sem lugar definido após a reformulação de Avante, Vingadores! e, até onde se sabe, não está prevista para continuar no Brasil. Uma pena, na entrevista Pak dá a entender que o leitor perderá algo importante ou, no mínimo, interessante.
Cabe ainda uma referência histórica que muitos esquecem (ou não sabem) sobre o recente status do Hulk. Virar rei em um mundo estranho, perder a esposa e ficar furioso, tudo isso já aconteceu anteriormente quando ele foi parar no Microverso e se apaixonou por Jarella.
A diferença agora vem na forma de um eco, ou talvez um rescaldo, da Guerra Civil. Naquela história antiga, o personagem foi enviado ao Microverso por um vilão. Agora, ele foi traído por seus amigos, por heróis - como também já ocorrera na fase em que ele estava totalmente irracional e foi "lançado" à dimensão conhecida como Encruzilhada.
Novamente, como na Guerra Civil, heróis lutarão entre si e Tony Stark se destacará num papel com viés de vilão. Ou seja, não há nada de original em toda a trama.
Contudo, considerando que é uma série do Hulk, o importante para os fãs é vê-lo quebrando tudo. E, desta vez, ele vem para esmagar os heróis e tem motivos de sobra para isso.
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