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Imperdoável – Volume 2 – O lugar mais seguro na Terra

17 dezembro 2019

Imperdoável – Volume 2 – O lugar mais seguro na TerraEditora: Devir – Série em cinco volumes

Autores: Mark Waid (roteiro), Peter Krause, Diego Barreto, Paul Azaceta, Emma Rios e Howard Chaykin (desenhos) e Andrew Dalhause, Matthew Wilson, Alfred Rockefeller e Andrew Dalhouse (cores) – Originalmente em Irredeemable # 9 a # 15 e Special # 1 (tradução de Marquito Maia).

Preço: R$ 69,90 (capa cartonada) e R$ 89,90 (capa dura)

Número de páginas: 216

Data de lançamento: Dezembro de 2018

Sinopse

Plutoniano, antes considerado o maior herói da Terra, é agora o vilão mais assustador do mundo e foi o responsável por ceifar violentamente milhões de vidas.

Os membros do Paradigma, a antiga equipe do ex-herói, foram forçados a recorrer a um velho inimigo para que tivessem uma pequena chance de sobrevivência. Mas com pouco tempo e ainda menos opções, eles não têm outra escolha para enfrentar o vingativo Plutoniano.

Será que agindo dessa forma não acabaram criando um problema ainda maior?

Positivo/Negativo

Mark Waid expande seu universo, desentocando outros flashbacks, apresentando novos personagens e justificando a faceta maligna do protagonista... com mais perversidades.

Avisando novamente: Imperdoável não é “a história definitiva” ou uma desconstrução engenhosa sobre o que aconteceria ao mundo caso o Superman fosse um vilão (apesar de esse ser o mote). A série é um gibizão de super-heróis que quebra as algemas editoriais de kryptonita do seu autor/criador.

Essa liberdade fica mais palatável por causa do próprio Waid, um roteirista que foi visto muitas vezes nas trincheiras do lado “certinho”, mas também deu seus pulos para caminhos opostos e mais sombrios, vide obras como Império e o Reino do Amanhã.

Isso não exime a série de ter seus momentos “feijão com arroz”. Neste volume mesmo, Waid deixa um pouco de lado o que vinha fazendo anteriormente para ser mais óbvio e entregar momentos bem parecidos com o que se lê na Marvel ou na DC.

Deixa de lado, mas não abandona. Há sequências muito boas, como o reencontro com a “família” do Plutoniano e como era a relação dele quando criança. Essa exploração do lado emocional é um trunfo para as motivações do personagem. Logicamente, depois de uma enxurrada de obras – bem-sucedidas ou não – com variações do mesmo tema, haverá um desgaste. Isso dependerá da experiência de cada leitor.

Outro fator que pesa a favor é a falibilidade dos personagens. Se o maior símbolo do heroísmo mundial se corrompeu, não é de se admirar que todos podem cometer erros, inclusive a “Liga da Justiça” dessa realidade, o Paradigma.

Nesse ponto, é interessante o que o roteirista vem fazendo com Cary, que teve seu poder aumentado quando seu irmão gêmeo foi morto e chegou a derrotar o Plutoniano no volume anterior.

Com a intervenção do governo dos Estados Unidos, a série vai para uma nova variação de conceito, invocando literalmente um novo aliado. Mas é bem mais curiosa a revelação do paradeiro do arqui-inimigo do Plutoniano, Modeus, um vilão em que alguns dos membros do Paradigma depositam esperança para ser a chave para deter o déspota.

Falando em deter, novos segredos são revelados envolvendo a heroína femme fatale Bette Noir. Se as decisões da personagem são questionáveis, poderá surgir também um questionamento sobre seu papel na trama em si, não apenas como função narrativa. A dúvida poderá ser apagada (ou não) nos próximos volumes, dependendo de como o roteirista irá desenvolvê-la.

Os desenhos de Peter Krause continuam apenas funcionais, e a adição de Diego Barreto mantém essa escala, sem nada de espetacular. Junta-se aos quadrinistas, nos três seguimentos de um interlúdio, a arte inexpressiva de Paul Azaceta e Emma Rios, seguida de um Howard Chaykin (criador de American Flagg) no piloto automático.

Em poucas páginas, Waid e Chaykin introduzem o personagem Max Destrutor, protagonista do spin-off (em quatro partes) chamado Incorruptível, que inverte a premissa: o supervilão se torna herói. O primeiro volume foi lançado recentemente pela Devir, com roteiro de Waid e arte de Jean Diaz e Horacio Dominguez. A ideia é alternar as séries até 2020.

O volume 2 de Imperdoável segue disponível em capa dura e cartonada (sem orelhas) com aplique de verniz, formato 17 x 26 cm, papel couché de boa gramatura e impressão. Como extras, apenas uma galeria de capas originais, alternativas e promocionais.

Mesmo com o lugar-comum no qual Mark Waid sabe onde pisa, a série reserva uma ou outra surpresa e continua despertando curiosidade de saber seus próximos passos. Como um bom gibizão de super-heróis.

Classificação:

3,5

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