INCAL # 1 - O INCAL NEGRO & O INCAL LUMINOSO
Título: INCAL # 1 - O INCAL NEGRO & O INCAL LUMINOSO (Devir
Livraria) - Série em três volumes
Autores: Alejandro Jodorowsky (texto) e Moebius (arte).
Preço: R$ 42,00
Número de Páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2006
Sinopse: Num mundo futurístico, o detetive particular classe R John Difool recebe a missão de levar uma aristocrata a uma região de sexo e luxúria. Mas os planos dão errado e, numa perseguição, o anti-herói recebe a guarda de um objeto misterioso que apresenta poderes sobrenaturais.
O Incal Luminoso acaba atraindo a atenção de outros seres superpoderosos, como o Prezidente, a Rainha de Amok, o Metabarão e seu filho Solune e o Cabeça de Lobo.
Positivo/Negativo: Incal é uma daquelas HQs que deixa o leitor boquiaberto, provoca taquicardia e faz com que fale alguns impropérios durante a leitura. É que a obra é boa demais mesmo.
Elogiar o texto do roteirista (o mesmo de Bórgia, recém-lançado pela Conrad, com arte de Milo Manara) e o desenho de um velho mestre como Moebius (A Garagem Hermética) seria chover no molhado e não daria conta de passar a grandeza da obra. Para se entender a HQ, o ideal é ver como o trabalho da dupla se mescla para construir um trabalho primoroso.
A aventura protagonizada pelo anti-herói John Difool é uma overdose: prima pelo excesso de informação - cada quadrinho não só é fundamental para a compreensão, mas também repleto de referências e simbologias. A arte de Moebius e a mente riquíssima de Jodorowsky conseguiram criar mais do que uma história: a série em si é uma mitologia poderosa.
Ao mesmo tempo, Incal tem uma economia narrativa impressionante, em que todo esse turbilhão de idéias é passado com uma concisão de palavras ímpar e um punhado de quadrinhos.
Passados 25 anos de seu primeiro lançamento, Incal se tornou um clássico. Costuma-se dizer que uma obra dessas não perde fôlego, mas neste caso é o contrário: a HQ parece ter ganhado fôlego com o passar dos anos.
Na medida em que autores como Grant Morrison, Warren Ellis e Mark Millar, ligados às majors norte-americanas, fazem ficções científicas em quadrinhos com a franca influência de Incal, a obra de Jodorowsky e Moebius acabou ampliando sua capacidade de ser entendida e atrair a curiosidade do leitor médio.
A qualidade da edição da Devir é, como sempre, excepcional. Resta torcer para que a editora lance os demais volumes em seguida - de preferência, com um prazo menor que o intervalo habitual que se vê nas séries que estão na casa. A promessa é que saiam os outros dois álbuns ainda este ano. Tomara!
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