INVENCÍVEL - VOLUME TRÊS - PERFEITOS ESTRANHOS
Título: INVENCÍVEL - VOLUME TRÊS - PERFEITOS ESTRANHOS (HQM
Editora) - Edição especial
Autores: Robert Kirkman (roteiro) e Ryan Ottley (arte).
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 132
Data de lançamento: Abril de 2007
Sinopse: Neste volume, o tom leve da série dá lugar a acontecimentos dramáticos quando Mark descobre o crime hediondo cometido por seu pai.
No confronto que se segue, mistérios são revelados, acusações são feitas e uma luta capaz de abalar o planeta tem início, colocando em xeque o destino dos personagens.
Agora, mais do que nunca, Mark vai descobrir o verdadeiro significado da palavra herói..
Positivo/Negativo: Se você não leu nada de Invencível até agora, vá atrás, porque esta é uma daquelas histórias que todo fã de quadrinhos precisa conferir, principalmente aqueles que estão entediados com o gênero super-heróis.
Como é falado na entusiástica introdução de Tom Brevoort, e como consta das resenhas das edições anteriores, Invencível é uma revista de super-herói que não tem vergonha do gênero a que pertence. Kirkman mostra que os super-heróis ainda têm muito a oferecer. Que seus clichês, estruturas narrativas e tudo mais ainda funcionam não apenas para construir a trama que define um protagonista, mas, também, para contar o drama de pai e filho, que, como muitos, são "perfeitos estranhos".
Não tente pular as edições anteriores e ir direto para esta buscando o ápice da história, pois ela perderá muito da sua força. Nos volumes 1 e 2, há mais do que lutas, descobertas de poderes e as primeiras aventuras de um novo super-herói. Neles é mostrada de forma cuidadosa o relacionamento que Mark tem com seu pai, o quanto o admira e quer ser como ele.
O leitor conhece uma família tão feliz que pode até querer fazer parte dela, ter pais como os pais de Mark. E não pelos poderes, mas pelo relacionamento amoroso entre eles.
Depois disso, nesta edição tudo vem abaixo quando Invencível vê Omni-Man assassinando brutalmente o herói Imortal. O leitor já sabe que o pai de Mark não é quem aparenta, mas, para o garoto, aquilo é um choque.
O melhor é que, depois de descobrir a verdadeira origem da raça de conquistadores de onde veio Omni-man e apanhar brutalmente da pessoa em que ele mais confiava no mundo, ainda assim, tudo que Mark quer é ficar com seu pai. Não com o assassino dominador de mundos, mas com o homem que o criou, que ama a mãe dele e que é o maior herói da Terra.
A luta dos dois é uma daquelas seqüências que valem a pena serem lidas, com diálogos em que as palavras martelam tão forte quanto os socos e, no final, deixam o leitor sem fôlego.
Isso já seria suficiente para fazer uma revista memorável, mas os fãs vão se divertir muito com várias sacadas que Kirkman insere ao longo da trama. As mais impagáveis são a conversa metalingüística de Mark com o seu desenhista favorito de quadrinhos, a discussão entre os vilões clones (uma referência à confusa Saga do Clone em Homem-Aranha) e a observação do Omni-Man sobre como a Terra sempre é ameaçada por algum supervilão que quer dominar o planeta.
Aliás, para os leitores que sempre querem explicação para tudo, Kirkman justifica muitas coisas, como de onde vinha o dinheiro da família Grayson e como será a vida de herói do Invencível daqui para frente.
Tudo é muito bem colocado na história, principalmente o final, em uma cena simples que sintetiza todo o espírito da série na frase: "Terminar o colegial, eu acho".
Para não dizer que tudo é perfeito, pode-se acusar Kirkman de ter alongado o momento em que o pai de Mark revela a sua origem. Toda a edição tem um ritmo bom, que prende o leitor, contudo, nessa seqüência a história fica descritiva demais e cansa um pouco o leitor, que está esperando alguma reação de Mark e não uma aula sobre a história de Viltrum.
A arte é um espetáculo à parte. Cory Walker até faz falta, mas Ottley dá conta do recado. Ele faz um traço anguloso, ágil e bem econômico. Seu desenho tem a leveza e a simplicidade necessárias para contar essa história.
Graças à permanência de Crabtree fazendo as cores da série, existe uma coerência visual, que não decepciona em nada os que se gostavam do traço de Walker.
A edição nacional merece um elogio por trazer mais páginas (esta tem cinco partes, uma a mais que a anterior) e ter elevado o preço em apenas um real.
Classificação: