INVENCÍVEL - VOLUME UM - NEGÓCIOS DE FAMÍLIA
Título: INVENCÍVEL - VOLUME UM - NEGÓCIOS DE FAMÍLIA (HQM
Editora) - Edição especial
Autores: Robert Kirkman (roteiro) e Cory Walker (arte).
Preço: R$ 36,00
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Março de 2006
Sinopse: Negócios de Família reúne as quatro primeiras edições do título original Invincible, no qual o leitor é apresentado ao dia-a-dia de Mark Grayson, um estudante como a maioria dos jovens de sua idade, que trabalha num emprego depois das aulas e nos finais de semana, curte garotas e gosta de acordar tarde aos sábados até que seus desenhos animados prediletos comecem na TV.
Talvez a única coisa que difira Mark dos outros jovens é que ele é filho de um dos super-heróis mais poderosos da Terra.
Confira o nascimento de um novo super-herói. Já neste primeiro volume, Mark enfrenta assaltantes de bancos, robôs e bombas humanas.
Positivo/Negativo: Sobra pouco para dizer depois do apaixonado prefácio escrito por Kurt Busiek, mas talvez baste enfatizar que Invencível era o que faltava no mundo de super-heróis. É uma história divertida, com personagens cativantes, ação na medida certa e sem todo aquele peso da seriedade e do realismo auto-imposto pelos quadrinhistas de uns tempos para cá.
Invencível lembra um pouco o tom dos primeiros quadrinhos do Homem-Aranha, mas sem aquela culpa e responsabilidade (talvez por isso Kirkman tenha sido escalado para Marvel Team Up tempos depois). Mark não tem a tristeza de Peter e nem por isso é um personagem vazio, pois recai sobre ele a necessidade de estar à altura do herói que é seu pai. As duas coisas que mais se destacam na trama são o ambiente familiar e seu distanciamento com o atual gênero de super-heróis.
Ao ler a história, o leitor se encanta completamente com os pais de Mark. Quem não gostaria que sua mãe levasse tudo na boa e fosse tão carinhosa e compreensiva como a dele? Também é nítido que o pai dele é um verdadeiro super-herói, não por sua profissão, mas por fazer de tudo para estar presente, por passar calma e tranqüilidade em tudo que fala, mesmo se for para contar que você é um alienígena.
Quando o rapaz voa junto com seu pai e tenta acompanhá-lo, fica claro o quanto ele se espelha nele e o quanto deseja ser um bom filho.
Quanto ao gênero de super-heróis, Kirkman se aproveita de tudo de bom e ignora as coisas que acha sérias demais. O autor não se preocupa em dar uma justificativa científica para os poderes dos viltrumianos. Pelo contrário, ele brinca com o fato de alguém pensar que os dons viriam do sol, assim como tira sarro de vários clichês dos quadrinhos.
Outro detalhe que reforça esse desapego com a seriedade é quando o Robô fala que apagou a memória de um bandido para poder usá-lo, e isso é tido como normal. Enquanto isso, no Universo DC, um fato semelhante foi abordado em Crise de Identidade e gerará grandes mudanças em Crise Infinita.
Como se tudo isso não bastasse, a história tem ótimos coadjuvantes e uma trama bem elaborada. Além do misterioso homem-bomba, há a cena em que o Omni-Man luta junto com o Invencível contra invasores alienígenas e fica furioso com os inimigos, algo interessante já que é o único momento em que muda seu comportamento pacífico.
Na arte, Cory Walker fez um ótimo trabalho no design dos personagens. Conseguiu criar visuais "icônicos", algo que, como é dito na história, depende de uma integração entre o herói e sua fantasia. Além disso, seu traço leve, bem definido e atual combina perfeitamente com o roteiro.
A edição nacional, que marcou a estréia da HQM está de parabéns. Bom acabamento gráfico, uma opção legal de conteúdo (há vários extras com o processo de construção dos desenhos dos personagens) e algumas brincadeiras, como esconder o nome da editora entre algumas pichações ou colocar o logotipo da Comix em uma das lojas do shopping.
Apesar do bom trabalho, restam alguns pontos a serem melhorados. Não foi colocado numeração nas páginas e houve dois ou três erros de revisão, mas nada grave. Uma bela estréia, sem dúvida!
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