O grão-vizir que vive no mundo das 1001 noites e tem um nome cujo trocadilho lhe cai bem - "he's no good" ("ele não é bom", traduzindo do inglês) -, teve uma boa passagem pelo Brasil, nas editoras Record, Vecchi e RGE.

Com títulos próprios ou visitando as páginas de outras revistas, como Alakazam e Almanaque do Gibi Nostalgia, Iznogud - criado em 1962 por René Goscinny (1926 - 1977) e Jean Tabary - conquistou leitores ainda hoje saudosos das impagáveis aventuras do vilão que sempre se dava mal nas tentativas de usurpar o trono do ingênuo califa Al Mofaddah.

Este Iznogud # 1, da RGE, trouxe cinco dessas divertidas HQs. A de abertura, O cruzeiro do califa, já valeria toda a edição.

Na trama, o grão-vizir que queria "ser califa no lugar do califa" convence seu soberano a fazer uma viagem de férias, acompanhado apenas pelo dono do barco, contratado pelo vilão.

O plano era eliminar o califa para que o trono ficasse à disposição de Iznogud. Mas, como sempre, tudo dá errado e o grão-vizir acaba acidentalmente seguindo viagem a bordo do barco, que vai parar em uma ilha habitada por um ciclope e uma tribo de canibais, dando início à maioria das situações de humor da história.

E esses perigos nem são entendidos pelo califa, que imagina estar fazendo parte de simples manifestações da peculiar "cultura local".

É nesse tom que seguem as outras HQs da edição, fazendo rir com tiradas cínicas e absurdas.

Apesar de não ser um álbum de tiras, o gibi foi publicado no formato horizontal, como um talão de cheques com o dobro de altura. Assim, as HQs ficaram divididas em sequências de duas tiras por página.

Foram poucas edições, mas Iznogud permaneceu por mais algum tempo nas bancas brasileiras, dessa vez sob a chancela da editora Vecchi.