Autores: Giancarlo Berardi (argumento e roteiro), Lorenzo Calza (roteiro), Roberto Zaghi, com colaboração de Tomas Campi (arte) - publicada originalmente em Julia # 22.

Preço: R$ 7,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Setembro de 2006

Sinopse:Um silêncio que grita - Um atropelamento acidental põe Julia diante de uma série de assassinatos de moradores de rua. Seria um assassino serial?

Positivo/Negativo: J. Kendall - As aventuras de uma criminóloga é uma revista que não desaponta o seu leitor.

A proposta é contar histórias de investigação, baseando-se na descoberta de evidências e traçando perfis psicológicos dos envolvidos em cada um dos crimes a ser resolvido.

Em busca de maior impacto e "presença" do leitor na trama, o roteirista Giancarlo Berardi lança mão de uma proposta narrativa realista. Realismo que é uma prática bastante usual na arte italiana, de onde vêm as histórias de Júlia Kendall. E que ajudam a construir a expectativa e a surpreender o leitor nas já clássicas reviravoltas das últimas páginas de cada edição.

Esse realismo pode ser visto no estilo do traço de Roberto Zaghi e Tomas Campi, lido no texto (sempre em primeira pessoa, não há narrativa verbal que não seja de um personagem), mostrado nas atitudes e ações dos personagens (não há superpoderes ou os maiores lutadores marciais do planeta).

E é por isso mesmo que a narrativa desta edição funciona. A história se baseia na pouca atenção e nos preconceitos que mediam as relações entre sem-teto e as demais pessoas. A maior parte das ações e acontecimentos se justifica por esse motivo.

A Mythos dá à revista o mesmo tratamento que destina às demais séries bonellianas, o que quer dizer, apesar do formato discreto e do papel um tanto poroso, um bom tratamento editorial.

Mas nesta edição há uma escorregada: o título da lombada da revista (Esse grito que se cala), que é uma tradução adequada para o original italiano Quest'urlo che tace é diferente do mostrado no frontispício (Um silêncio que grita).

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