J. KENDALL – AS AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 44
Autores: Giancarlo Berardi, com colaboração de Lorenzo Calza (roteiro)
e Claudio Piccoli (arte) - Publicada originalmente em Julia # 44.
Preço: R$ 7,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Julho de 2008
Sinopse:O espelho quebrado - A morte de uma violoncelista
esconde muito mais do que aparenta.
E Júlia e o departamento de polícia de Garden City tentam resolver mais
esse mistério.
Positivo/Negativo: Uma história surpreendente. É isso que as 126
páginas de quadrinhos deste número trazem, numa narrativa conduzida pela
batuta do roteirista Giancarlo
Berardi.
O ritmo da história envolve completamente o leitor. E há razões
para a narrativa ser tão envolvente: as transições de cena são
muito sutis. Quando o leitor dá por si, a cena mudou e é preciso se ajeitar
melhor na cadeira para continuar a leitura (veja o último quadrinho da
página 116 e o primeiro da página 117, para um exemplo).
Outro fator determinante para esse ritmo, talvez o principal, são os enquadramentos.
Ora são fixos, com mudança dos elementos do quadro (dê uma olhada na página
5), ora os elementos são fixos e o enquadramento se afasta, dando uma
impressão de zoom (os aplausos, na página 13).
O que se consegue com esse trabalho é a desaceleração da narrativa, servindo
ao trabalho de criar expectativa e tensão no leitor, duas sensações fundamentais
em tramas de mistério como as de J. Kendall - As aventuras de uma criminóloga.
Mas quando é preciso acelerar a trama, recurso presente nas cenas de ação,
bastam rápidas mudanças de enquadramento (como as das páginas 85 e 86).
Esses recursos de frear e acelerar, unidos a uma boa caracterização visual
dos personagens fazem com que a história seja extremamente instigante
para o leitor.
O enredo em si é muito interessante, pois parece que todos os personagens
têm algo a esconder. Aos poucos, porém, Júlia e o leitor descobrem esses
segredos e a trama vai ganhando corpo. Isso vai surgindo no andamento
desejado pelo roteiro, que ao impor o ritmo constrói uma escala de revelações
para o fã.
Ainda há a arte de Claudio Piccoli, que dosa muito bem as sombras na história,
algo que ajuda no ritmo visual, pois páginas mais "carregadas" ou "limpas"
causam impressões diferentes no leitor.
O que se mantém igual é a certeza de que J. Kendall - As aventuras
de uma criminóloga é uma das melhores publicações mensais do Brasil.
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