J. KENDALL – AS AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 60
Autores: Giancarlo Berardi (argumento e roteiro), Maurizio Mantero (roteiro), Lucio Leoni e Alberto Macagno (arte) - Originalmente em Julia # 60.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Novembro de 2009
Sinopse: A grande armação - Um homem espalha explosivos por toda a cidade de Garden City e, aparentemente, está se divertindo com isso. Cabe a Júlia, Webb e Irving pará-lo.
Positivo/Negativo: Neste mês, a revista J. Kendall - As aventuras de uma criminóloga fica a um mês de completar cinco anos de publicação no Brasil.
São poucos os títulos da editora italiana Sergio Bonelli que tiveram tamanha sobrevida em nossas bancas - exceção, claro, ao fenômeno Tex, que se aproxima da edição de número 500.
Os excelentes Dylan Dog, Martin Mystère e Nathan Never nunca foram tão longe. Nem os bons Mister No, Dampyr e Nick Raider.
Uma publicação mensal, em preto e branco, pequena, sem páginas duplas, sem super-heróis, sem um nicho como os western, com preço relativamente alto e que não é em "estilo mangá". Tinha tudo para ser cancelada.
Mas não é que a lógica foi subvertida? Que bom! Com 60 edições de vida, J. Kendall fisga todos os adeptos de boas narrativas. Por mais que os desenhistas sejam talentosos, não há dúvida que o grande mérito desse fumetto é o roteiro.
Giancarlo Berardi, criador de Júlia, é também "pai" de Ken Parker. Nessas duas séries, o modo humanista com que o autor trata seus heróis chama muita atenção.
Berardi não é apenas um criativo com enredos (como o desta edição), ou bom com diálogos (nas discussões marcadas por forte tensão sexual entre Webb e Júlia) e nem só mestre no ritmo narrativo e capaz de surpreender com incríveis reviravoltas.
O roteirista italiano usa todos esses elementos, para, além de criar histórias empolgantes e inteligentes, desenvolver os personagens. E é por isso que as HQs de Júlia são tão interessantes e humanas.
Mas isso não vira uma fórmula: o vilão deste número, por exemplo é um tipo único no universo de histórias da criminóloga. É como se o Charada, da DC, desse um voltinha pelo nosso mundo.
Parabéns à Mythos pela persistência em manter J. Kendall, um título de tamanha qualidade mensalmente nas bancas do Brasil. Que venham mais 60 edições!
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