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J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 14

1 dezembro 2010

J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 14

Editora: Mythos Editora - Revista mensal

Autores: Giancarlo Berardi e Gino D'Antonio (roteiro) e Laura Zuccheri (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Janeiro de 2006

 

Sinopse

O Caçador - Um bizarro caçador pega prostitutas e as leva para ser caçadas em um bosque afastado. Júlia tenta traçar o perfil do assassino enquanto procurar por eventuais suspeitos nas rodas da alta sociedade.

Positivo/Negativo

Se os roteiros de Giancarlo Berardi fossem para uma série de televisão, o espectador teria certeza de uma coisa incomum: todos os episódios seriam sempre excelentes. Isso é exatamente o que acontece em J. Kendall - Aventuras de um criminóloga, uma série cuja qualidade nunca arrefece.

Nesta edição, Berardi, ao lado de Gino D'Antonio, compõe uma história muito bem amarrada, com um mistério solúvel no final, mas reservando ainda uma pequena surpresa.

A protagonista, Júlia, é muito forte e bem construída. Seus perfis psicológicos soam perfeitamente factíveis e sua linha de raciocínio faz com leitor mergulhe na trama.

A arte de Laura Zuccheri segue a linha dos quadrinhos Bonelli: requadros conservadores, imitando enquadramentos televisivos e um traço bastante realista e detalhado.

Entretanto, seus personagens são um pouco mais longilíneos que o convencional, ficando ligeiramente "esticados". O resultado lembra um pouco as desenhistas de mangás shojo, que sempre fazem personagens altos e esguios para agradar ao público feminino.

A edição é bastante competente, com notas explicativas quando necessário e um bom texto.

Entretanto, J. Kendall - Aventuras de um criminóloga traz uma prática bastante comum em HQs da Disney e da Turma da Mônica, ou mesmo em outras edições Bonelli: pontos de exclamação em todos os balões de fala.

Segundo um dos editores do Universo HQ, Marcus Ramone, uma possível explicação para usar esse recurso é que "lá no começo, quando as tiras de quadrinhos surgiram, muitas vezes o copidesque apagava o ponto pensando que era uma mancha ou um borrão. Daí, o artifício de usar exclamação, pra evitar essa confusão. Atualmente, com textos digitados, não rola mais recorrer à exclamação com essa finalidade. Mas, ainda assim, alguns continuam usando".

Um leitor habituado com outras HQs poderá ficar com a sensação de que todos estão gritando o tempo todo, por causa do pontos de exclamação. Passado esse estranhamento inicial, a leitura fica palatável.

Por isso, seria interessante se a editora estudasse passar o padrão para o que vem sendo utilizado em outros quadrinhos.

A revista é altamente recomendada. Quem tiver a oportunidade de ler as aventuras de Júlia, mesmo as mais antigas, não irá se arrepender.

Classificação:

4,0

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